Em dia marcado pela fraternidade e Missa em ação de graças, São Paulo da Cruz inspira católicos a descobrirem na Paixão de Cristo “a maior e a mais admirável obra do amor divino”. Confira o relato de um sacerdote e um seminarista que deixaram tudo para viver o carisma religioso
São Paulo da Cruz foi celebrado liturgicamente na última segunda-feira, 19 de outubro, tendo, em Osvaldo Cruz, uma missa em louvor ao patrono e fundador da Congregação da Paixão de Jesus Cristo (Passionistas).
Conforme relatado pelo religioso passionista responsável pelas das paróquias de Osvaldo Cruz, Sagres e Salmourão, Pe. Rogério de Lima Mendes, as comemorações do dia do padroeiro da ordem em 2020 se difere dos outros anos por dois pontos.
O primeiro motivo, segundo ele, é o cancelamento da tradicional quermesse devido à pandemia do novo Coronavírus (Covid-19). E o segundo ponto se dá pela abertura do tricentenário da fundação da congregação religiosa inspirada pelo santo. Deste modo, o dia de São Paulo da Cruz se iniciou com uma confraternização entre os religiosos que se estendeu até o horário do almoço.
No período da noite, em Osvaldo Cruz, ocorreram duas celebrações em memória de São Paulo da Cruz; uma na Matriz de São José e a outra, que encerrou o novenário em honra ao padroeiro, na comunidade rural Venda Branca, dedicada ao santo.
“São Paulo da Cruz traz uma proposta muito atual por se tratar de um exemplo missionário, considerado o maior místico do século XVIII, e também um grande fundador por ter formado nossa família religiosa presente no Brasil e em mais de 60 países”, realçou o Pe. Rogério.
ANÚNCIO DA PAIXÃO
Os Passionistas são um grupo de cristãos, sacerdotes e leigos, que vivem em comunidade fraterna, dispostos a anunciar ao mundo o Evangelho de Cristo. Esta comunidade de vida apostólica foi fundada por São Paulo da Cruz na Itália, em 1720. O fundador descobriu na Paixão de Jesus Cristo “a maior e a mais admirável obra do amor divino” e a revelação do poder de Deus que elimina a força do mal com o dinamismo da Ressurreição. São Paulo da Cruz confiou aos seus seguidores a tarefa de anunciar aos seus contemporâneos o amor de Deus por cada pessoa, manifestado na Paixão e Morte de Cristo e tornado vitorioso pela Ressurreição.
A atuação dos passionistas é exercida na vida de oração e de contemplação. A reportagem do Departamento de Comunicação da Diocese de Marília traz o testemunho do seminarista Caio Cesar Cunha de Souza, de 23 anos, e do Pe. Augusto José Canali, de 71 anos, que atua como religioso há 40 anos.
Em suas palavras, o seminarista conta o início de sua jornada: “estou há um ano na Congregação da Paixão de Jesus Cristo. Estou na fase do aspirantado, onde durante um ano sou convidado a experimentar mais de perto a vida de um religioso passionista. Me recordo que durante todo o processo de discernimento antes do ingresso, os padres me apresentaram um leque de congregações e me sugeriram também o seminário diocesano, mas na época sem saber o motivo, sentia que aqui era o meu lugar. Desejo ser como São Paulo da Cruz, ver no sofrimento dos necessitados o Cristo crucificado. Esse foi e sempre será o estímulo que me trouxe aos passionistas e que vai me ajudar durante a minha caminhada”.
Padre Augusto relata que, em sua experiência religiosa, considera que Deus demonstrou um amor muito grande por ele. “Entrei no seminário passionista com 14 anos. Mas, oficialmente, sou religioso desde 1974, quando fiz os votos. Depois, em 1980, fui ordenado sacerdote. Atuei em várias missões, inclusive fazendo parte do governo geral da Congregação, morando em Roma por 12 anos (de 2000 a 2006 e, depois, de 2012 a 2018). Atualmente, moro e trabalho em Osvaldo Cruz no serviço pastoral como vigário paroquial e também na formação dos jovens aspirantes à vida passionista. Após estes longos anos de experiência, de formação, de reflexão, de amadurecimento, posso afirmar: sinto-me feliz e realizado”, concluiu.