In Notícias15 de agosto de 2022

População da Somália em perigo mortal devido à seca, alerta o Papa

Nos apelos após rezar o Angelus, o pensamento do Papa dirigiu-se à população do país africano, que se debate com uma grave crise humanitária também ligada a uma seca sem precedentes.

Andrea De Angelis – Cidade do Vaticano

Um “perigo mortal”. Assim o Papa definiu a situação em que se encontram as populações da Somália e de algumas áreas de países vizinhos devido à crise humanitária agravada, nos últimos dias, por uma seca sem precedentes. De Francisco o convite, ao final do Angelus, para se responder eficazmente a esta emergência:

Gostaria de chamar a atenção para a grave crise humanitária que afeta a Somália e algumas áreas dos países vizinhos. As populações desta região, que já vivem em condições muito precárias, encontram-se agora em perigo mortal devido à seca. Faço votos que a solidariedade internacional possa responder eficazmente a esta emergência.

Em seguida, o Santo Padre sublinhou a importância de não desviar o olhar do drama que estas pessoas vivem:

Infelizmente, a guerra desvia a atenção e os recursos, mas estes são os objetivos que exigem o máximo empenho: o combate à fome, a saúde, a educação.

De fato, uma seca está atingindo a Somália, que aliada às temperaturas recordes deste período, agravam um problema que sempre existiu na região do Corno de África e noutras zonas do continente africano, mas que agora se apresenta com uma gravidade nunca antes registada.

O alarme foi dado pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) e pelo Conselho Norueguês para os Refugiados (NRC). Cerca de um milhão de pessoas deixaram suas casas desde o início do ano. Nos últimos 40 anos, nunca houve um fenômeno dessa magnitude, que também afeta a Etiópia e o Quênia.

A gravidade da situação somali foi confirmada, em entrevista à Rádio Vaticano – Vatican News, por Dom Giorgio Bertin, administrador apostólico de Mogadíscio e bispo de Djibuti. O prelado destacou que a situação política na Somália também contribui para dificultar as intervenções: um governo fraco e diferentes partes do país nas mãos de grupos armados, como Al-Shabaab.