Pelo segundo ano consecutivo, Santuário tem celebração especial em substituição à Romaria
Como acontece anualmente no terceiro domingo de setembro, o Santuário Sagrado Coração de Jesus de Vera Cruz celebraria neste domingo, 19/09, a 37ª edição da Romaria Interdiocesana do Apostolado da Oração. O evento, que reúne milhares de fieis, foi, pelo segundo ano consecutivo, suspenso devido à pandemia do coronavírus (Covid-19). No entanto, uma celebração especial será realizada, com o retorno das Capelinhas do Sangrado Coração de Jesus, que peregrinaram todas as paróquias da Diocese de Marília desde o mês de setembro de 2020, onde foi a lançada a campanha o “O Santuário vai até você“, celebração que também substituiu a Romaria.
A participação presencial está liberada seguindo os protocolos sanitários de prevenção à covid-19: uso de mascara, aferição de temperatura, higienização e distanciamento social.
UM POUCO DA HISTÓRIA DA ROMARIA
Em 28 de outubro de 1939 aconteceu a 1ª Romaria em Vera Cruz, sendo a primeira concentração religiosa, junto com a inauguração provisória do Santuário Sagrado Coração de Jesus. A obra não estava concluída, mas isso não foi impedimento para os devotos vindos de várias cidades, entre elas Araçatuba, Bauru, Tupã, entre outras, por todos os meios de locomoção possíveis (caminhões, jardineiras, carroças, trens e outros). Naquela época, a Cia Paulista de Estrada de Ferro, previamente informada e solicitada, acrescentou vários vagões de passageiros às composições ordinárias e organizou mais dois trens especiais, um com 10 carros de Bauru, e outro com 16 carros de Marília para a Festa de inauguração do Santuário.
“A hospitalidade, o esplendor das solenidades programadas, e o clima emocional que se viveu naquela tarde em Vera Cruz criaram condições para o deslumbramento que foi a 2ª Romaria, realizada no ano seguinte, também no mês de outubro, na Festa do Cristo Rei, com a presença de 8.000 romeiros,” disse Monsenhor Florentino Santamaria, o Reitor do Santuário à época.
A 3ª Romaria foi organizada pelos Apostolados da Oração da Diocese no mês de junho de 1941, por ocasião da Festa Litúrgica do Sagrado Coração de Jesus. Nessa época, com a participação do Brasil na 2ª Guerra Mundial, o clima de guerra dominando o país durante e no pós-guerra, foi aconselhável a suspensão dessas grandes concentrações religiosas.
Consolidação
As romarias foram retomadas somente em 1984, com o incentivo do Cônego Antônio Flumian, juntamente com Monsenhor Santamaria, e não pararam mais. Todos os anos, no 3º domingo de setembro acontece a Romaria Interdiocesana do Apostolado da Oração, que ano após ano, solidifica o amor pelo Sagrado Coração de Jesus.
O APOSTOLADO DA ORAÇÃO
O Apostolado da Oração (AO) é um movimento religioso composto por leigos católicos. A finalidade é a santificação pessoal e a evangelização das famílias com especial devoção ao Sagrado Coração de Jesus. O sentido do apostolado é a doação a Deus, pelo conhecimento da palavra, pela oração, pelo oferecimento diário e pela fidelidade à igreja.
No livro dos estatutos do AO, encontra-se a definição: “O AO constitui a união dos fiéis que, por meio do oferecimento cotidiano de si mesmos, se juntam ao Sacrifício Eucarístico, no qual se exerce continuamente a obra de nossa redenção, e desta forma, pela união vital de Cristo, da qual depende a fecundidade apostólica, colaboram na salvação do mundo”.
Ser um membro do AO é vivenciar o desejo de viver essa espiritualidade. O AO tem aproximadamente 50 milhões de associados no mundo, dos quais 6 a 7 milhões no Brasil, e está presente em 70 países do mundo.
A espiritualidade do AO vive-se a partir de quatro propostas:
1. Oferecer diariamente, pela manhã, o dia que começa, pondo-se à disposição para que o Espírito Santo atue em cada momento do dia e leve à realização concreta dos valores do Evangelho.
2. Aprender a rezar, a criar intimidade com Deus, a viver no silêncio do coração a inspiração e a novidade do Evangelho para cada dia. Juntamente com isso, procura-se ainda formar a própria fé, dando inteligência dos mistérios e a capacidade de dialogar com as interrogações e desafios que hoje são postos à Igreja.
3. Alimentar uma profunda devoção à celebração da Eucaristia, como o Sacramento que resume e inspira a vida cristã, descobrindo nele a presença amorosa de Deus, na pessoa de Jesus e do seu Coração.
4. Viver unidos ao Santo Padre, na oração pelas intenções que pede mensalmente a todos os cristãos, saindo dos horizontes quotidianos e abrindo-se aos problemas da grande família humana.
A FITA
A fita, que os membros do Apostolado da Oração usam é o sinal de pertença e entrega da parte daqueles que foram chamados para servir ao Sagrado Coração de Jesus. A cor vermelha é o sangue, a vida de doação plena que o Senhor entregou por cada um de nós.
A medalha tem o Sagrado Coração de Jesus, a nos lembrar sempre do quanto Ele nos ama. O Bentinho é o símbolo do AO e nele está gravado Venha a nós o Vosso Reino, para lembra-nos a todo instante que estamos buscando esse reino. Usa-se a fita não como enfeite, mas como sinal dos que foram chamados para servir e disseram sim. Deve-se honrar a fita porque ela simboliza o amor de Cristo por nós e também o compromisso que assumimos com Ele. A fita estreita é a fita do(a) zelador(a) aquele que está começando a trilhar os caminhos do Apostolado. A larga é a do(a) zelador(a), que busca novos caminhantes para ajudá-lo(a) a servir.
HISTÓRIA DO A.O.
O AO está intimamente ligado à ordem dos jesuítas, a Companhia de Jesus. Começou em 1884 em um Colégio dessa ordem na França, onde estudantes de filosofia e teologia estavam ansiosos para fazer algum apostolado. Seu orientador lhes fez ver que enquanto eram estudantes não tinham condições para fazer pregação e outros trabalhos de apostolado direto. O que poderiam fazer era oferecer seus estudos, os sacrifícios voluntários e outros atos de piedade. Dois anos depois, este mesmo padre orientador espiritual publicou um livro chamado O Apostolado da Oração. O livro e a devoção obtiveram a aprovação do superior geral da ordem dos jesuítas, e o próprio papa Pio IX aprovou-os em 1849. Um bom teólogo, padre Gautrelet, SJ, deu o embasamento teológico à devoção ao Sagrado Coração, bem como ao AO, e daí por diante a devoção se propagou rapidamente. Em 1861 começou a circular o Mensageiro do Coração de Jesus, como órgão oficial do AO. Passou a ser publicado em várias línguas, e a associação recebeu estatutos próprios e a aprovação oficial do papa.
A sede da associação está em Roma e o superior geral dos jesuítas é também o superior geral do AO. Ele os dirige por intermédio de um delegado e um secretário-geral.
A ideia central, da qual nasceu o AO, é esta: todos os batizados são chamados a cooperar na edificação do Corpo da Igreja e da comunidade de fé. Nem todos o fazem da mesma maneira (Ef 4,16). Nem todos podem trabalhar diretamente como apóstolos e missionários. Mas todos podem e devem fazê-lo por meio da oração e do sacrifício. São Paulo diz (Cl 1,24) que o cristão deve completar em sua pessoa o que falta à Paixão de Cristo, em favor do Corpo de Cristo, a Igreja. Assim, nossa vida torna-se um sacrifício, uma oblação oferecida com Cristo, em Cristo, para a Glória de Deus e a salvação do próximo.
O A.O. NO BRASIL
O AO começou no Brasil em Itu, São Paulo, em 1871, por iniciativa do padre Bartolomeu Taddei, SJ, considerado o fundador e propagador do AO no Brasil. Antes disto houve um pequeno centro isolado em Pernambuco, em 1867, mas que não teve projeção nacional. Em 1888 havia cerca de 300 centros de AO pelo Brasil inteiro, com mais de 400 mil membros. Com a difusão do AO houve um despertar intenso para a Sagrada Eucaristia e a vida de fé. Atualmente, o AO continua a crescer em fervor espiritual e apostólico, em todo o território nacional.
MEJ
Em sintonia com a Igreja, o Movimento Eucarístico Jovem (MEJ) é um movimento que se propõe oferecer uma formação cristã para crianças, adolescentes, e jovens, nos níveis: espiritual, humano, pessoal e sociocomunitário. O MEJ trata-se de uma ramificação da associação Apostolado da Oração, voltada para os jovens.
(A História do AO conta com trechos extraídos do livro de Pe. Otmar Jacob Schwengber, SJ, Apostolado da Oração e MEJ em perguntas e respostas, Edições Loyola, 2011).
“Jesus manso e humilde de coração, fazei o nosso coração semelhante ao Vosso”.
Pastoral da Comunicação – Pascom
Vera Cruz/SP