Em terceira reunião do ano, Fundo Nacional de Solidariedade aprova 37 projetos, 20 deles para ações educativas

 

O Conselho Gestor do Fundo Nacional de Solidariedade (FNS) se encontrou para a segunda reunião ordinária de 2022, dia 8 de setembro, para dar continuidade à análise dos 100 projetos cadastrados junto ao fundo até a data prevista em seu calendário de reuniões oficiais.

Durante a reunião, foram apresentados 38 projetos (apenas 1 deles não foi aprovado) aos quais serão destinados R$ 1.055.698,49. Desta vez, o eixo que que mais teve propostas aprovadas foi o Eixo 1 – Apoio a projetos educativos – com 20 projetos, seguido pelo eixo 2 – Auxílio a situações de insegurança alimentar e vulnerabilidade social – com 11 e o eixo 3 – Capacitação para a geração de renda – com 6 propostas.

Entre os projetos aprovados, está o de Atendimento a Reeducandos do Sistema Prisional por meio da formação de uma banda musical a ser acompanhada por presos que já passaram pelo sistema prisional no Estado de Santa Catarina. O projeto foi apresentado pela diocese de Criciúma (SC) e prevê a compra de instrumentos e de equipamentos musicais.

Da Amazônia, em Manacapuru, foi aprovado um projeto da Associação Tururukari-Uka dos Índios Kambeba que prevê verba para a escola da aldeia para preparação de 10 cartilhas na língua originária com poesias, textos e desenhos. O projeto tem como objetivo proporcionar o conhecimento, a garantia da preservação da cultura e dos valores dos povos originários da Amazônia, bem como a construção de um museu e implantação de uma horta

Educação integral e respostas às situações emergenciais

De acordo com o subsecretário-adjunto geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), padre Patriky Samuel Batista, o Conselho Gestor do FNS seguiu rigorosamente as indicações do edital de 2022.

“Nesta reunião, tivemos a oportunidade de apoiar inúmeras iniciativas que irão favorecer e estimular o serviço à educação integral, valorizando também iniciativas que promovem a cultura como por exemplo a educação musical, sem esquecer as situações emergenciais, como o cenário da insegurança alimentar que assola grande parte da população”, destacou.

A partir da aprovação do projeto pelo Conselho Gestor do FNS, o seu processo começa a tramitar no sistema do Departamento Financeiro da CNBB até que este setor repasse da verba aprovada para a sua  subsequente execução.

Projetos aprovados por marcorregião:

Norte – 6 projetos
Nordeste – 9 projetos
Sudeste – 13 projetos
Sul – 4 projetos
Centro-Oeste – 5 projetos

Saiba mais:
Conselho Gestor do FNS da CNBB inicia análise de 74 projetos que atenderam os requisitos do edital 2022 – CNBB
Em reunião extraordinária, Conselho Gestor do FNS aprova recursos para 42 projetos dos três eixos previstos no edital – CNBB

 

 

Fonte: https://www.cnbb.org.br/em-terceira-reuniao-do-ano-fundo-nacional-de-solidariedade-aprova-37-projetos-20-deles-para-acoes-educativas/


CNBB inicia série de encontros com candidatos seguindo protocolo para as Eleições de 2022

Nesta terça-feira, dia 13, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) inicia a sua agenda de encontros com candidatas e candidatos das Eleições 2022, seguindo seu “Protocolo para Atendimento de Candidatos e Candidatas a Cargos Eleitorais em 2022”, amplamente divulgado. Um dos objetivos do protocolo é assegurar a posição apartidária da entidade, tratando com isonomia os candidatos e candidatas e mostrando respeito à autonomia de fiéis na definição do voto.

A CNBB apresentará a cada candidata e candidato contribuições para a construção de um país mais justo, solidário e fraterno. Para este primeiro encontro, o arcebispo de Belo Horizonte e presidente da CNBB, dom Walmor Oliveira de Azevedo, recebe o candidato à vice-presidência Geraldo Alckmin, na Cúria Metropolitana de Belo Horizonte.

Assim, na pauta dos encontros a CNBB buscará abordar as seguintes temáticas: Acordo Brasil Santa-Sé, Defesa da Casa Comum, Defesa da Democracia, Defesa do Estado Laico, Defesa Integral da Vida, Economia de Francisco, Educação e Pobreza, exclusão e justiça social. Além da presidência da CNBB, os encontros terão a participação exclusiva de candidatas, candidatos e seus assessores mais próximos.

Definições do protocolo

Serviço costumeiramente realizado pela entidade, tanto em relação a candidatos, quanto a autoridades, as audiências são importantes momentos para a construção do bem comum, fortalecendo o diálogo da Igreja com a sociedade.

O documento foi elaborado com o apoio das Assessorias Política e de Comunicação, após ouvir regionais e analisar propostas com o Conselho Permanente da CNBB. Ele norteará os atendimentos de candidatos a cargos eleitorais. O material foi enviado aos bispos “no desejo de que, em contínua aprendizagem, consigamos atravessar o período eleitoral contribuindo para o bem comum, com especial atenção aos mais fragilizados e evitando, dentro do possível, as sequelas da divisão e do pecado”.

A Presidência da CNBB vai seguir o protocolo, apresentando-o aos candidatos e suas assessorias quando procurarem a CNBB para as audiências. “Solicitamos que ele seja divulgado e, conforme nele é dito, seja adequado à realidade de cada regional, mantida por certo a unidade de toda a Igreja no Brasil”, indica a Presidência.

As indicações

São 11 pontos no “Protocolo para atendimento de candidatos e candidatas a cargos eleitorais em 2022″. Eles direcionam a instância da Conferência responsável pelos atendimentos, conforme o cargo em disputa e definem uma espécie de roteiro para as visitas dos candidatos.

A ideia é que todas as solicitações sejam atendidas, “ainda que de forma diferenciada de acordo com o cargo em disputa”. Os candidatos à Presidência da República, por exemplo, serão recebidos pelo presidente e/ou pelo secretário-geral da CNBB. As audiências serão presenciais, “obedecendo rigorosamente às regras sanitárias do momento em que ocorrerem” e “divididas em três momentos de até uma hora”: recepção, conversa e encerramento.

O protocolo define que todas as solicitações devem ser encaminhadas à Assessoria Política da CNBB, por meio do endereço eletrônico: politica@cnbb.org.br

Saiba mais:

Confira o documento na íntegra.

 

Fonte: https://www.cnbb.org.br/cnbb-inicia-serie-de-encontros-com-candidatos-seguindo-protocolo-para-as-eleicoes-de-2022/


Seminário Nacional da Campanha da Fraternidade aprofundará o tema da “fome” e as estratégias para a CF 2023

O Setor Campanhas da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) realiza de 27 a 29 de setembro, de forma on-line, o Seminário Nacional da Campanha da Fraternidade 2023, cujo tema é “Fraternidade e Fome” e o lema “Dai-lhes vós mesmos de comer!” (Mt 14,16).

Nas três noites será oferecida uma reflexão sobre a temática da fome sob as óticas dos dados atualizados sobre a realidade, à luz da fé e da doutrina da Igreja e na perspectiva da ação pastoral para o enfrentamento do  problema. O tema da fome será abordado pela terceira vez pela Igreja no Brasil em uma Campanha da Fraternidade. De acordo com o assessor de campanhas da CNBB, o padre Jean Paul Hansen, a formação vai contar com a colaboração de especialistas no assunto, bispos, presbíteros e assessores da CNBB.

“Na primeira noite, vamos VER a realidade da fome em nosso país e o muito que já se faz no seu combate. Na segunda, vamos ILUMINAR com a luz do Evangelho e do Magistério Eclesial este dura realidade. E, na terceira noite, refletiremos sobre como devemos AGIR para livrar a multidão de irmãos e irmãs que sofrem o flagelo da fome, cumprindo o mandato de Jesus, que é o lema da CF-2023: “Dai-lhes vós mesmos de comer” (Mt 14,16)”, disse padre Jean Paul.

Formação de multiplicadores

A atividade tem como objetivo de preparar lideranças regionais, diocesanas, paroquiais e comunitárias para desenvolver a Campanha da Fraternidade 2023 em suas realidades concretas, através de uma reflexão fundamentada na realidade e na Palavra de Deus, em vista da ação eclesial sociotransfomadora.

“O Seminário Nacional da CF é importante porque lança para as bases da Igreja no Brasil a temática, a reflexão e o material preparado para a Campanha da Fraternidade do ano seguinte, a fim de que o trabalho já comece a ser realizado nos regionais, nas dioceses, paróquias e comunidades, como preparação remota para a CF, que se intensificará na quaresma de 2023”, disse padre Jean.

A fome no Brasil

O Brasil voltou ao Mapa da Fome, ou seja, mais de 60 milhões de brasileiros e brasileiras vivem sem ter o que comer não ou tem certeza se conseguirá comida ou precisa reduzir a qualidade e/ou quantidade dos alimentos. Esse diagnóstico está no relatório da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) divulgado em julho deste ano.

O levantamento mostra que quase 30% da população brasileira vive insegurança alimentar moderada ou grave no país. Os dados são do período de 2019 a 2021. O novo relatório mostra um forte agravamento da situação no Brasil. Entre 2014 e 2016, esse contingente era de 37,5 milhões de pessoas com insegurança alimentar, dentre elas 3,9 milhões em condição grave – número quase quatro vezes menor do que hoje.

A Igreja e o tema da fome

Cartaz CF 1985

O tema da fome foi abordado na Campanha de 1985. Dois grandes eventos marcaram a Igreja no Brasil em 1985: a realização do 11º congresso Eucarístico Nacional realizado em Aparecida (SP) e a Campanha da Fraternidade. Ambas as iniciativas receberam o mesmo lema “pão para quem tem fome”. Um dos grandes temas refletidos foi o cenário da fome apresentado como “um problema crucial”.

Na encíclica Fratelli Tutti, o Papa Francisco fala do escândalo da fome e chama o atual sistema de assassino: “As crises sociais, políticas e econômicas fazem morrer à fome milhões de crianças, já reduzidas a esqueletos humanos por causa da pobreza e da fome; reina um inaceitável silêncio internacional” (nº 29).

O Santo Padre adverte ainda que “a política mundial não pode deixar de colocar entre seus objetivos principais e irrenunciáveis o eliminar efetivamente a fome. Com efeito, quando a especulação financeira condiciona o preço dos alimentos, tratando-os como uma mercadora qualquer, milhões de pessoas sofrem e morrem de fome… a fome é criminosa e a alimentação é um direito inalienável”(nº 189).

Saiba mais:

Mais informações sobre a CF 2023 acesse o site de Campanhas da CNBB 
Letra do Hino da CF 2023
Aberto o concurso para escolha da música do hino da Campanha da Fraternidade 2023

Fonte:

O Setor Campanhas da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) realiza de 27 a 29 de setembro, de forma on-line, o Seminário Nacional da Campanha da Fraternidade 2023, cujo tema é “Fraternidade e Fome” e o lema “Dai-lhes vós mesmos de comer!” (Mt 14,16).

Nas três noites será oferecida uma reflexão sobre a temática da fome sob as óticas dos dados atualizados sobre a realidade, à luz da fé e da doutrina da Igreja e na perspectiva da ação pastoral para o enfrentamento do  problema. O tema da fome será abordado pela terceira vez pela Igreja no Brasil em uma Campanha da Fraternidade. De acordo com o assessor de campanhas da CNBB, o padre Jean Paul Hansen, a formação vai contar com a colaboração de especialistas no assunto, bispos, presbíteros e assessores da CNBB.

“Na primeira noite, vamos VER a realidade da fome em nosso país e o muito que já se faz no seu combate. Na segunda, vamos ILUMINAR com a luz do Evangelho e do Magistério Eclesial este dura realidade. E, na terceira noite, refletiremos sobre como devemos AGIR para livrar a multidão de irmãos e irmãs que sofrem o flagelo da fome, cumprindo o mandato de Jesus, que é o lema da CF-2023: “Dai-lhes vós mesmos de comer” (Mt 14,16)”, disse padre Jean Paul.

Formação de multiplicadores

A atividade tem como objetivo de preparar lideranças regionais, diocesanas, paroquiais e comunitárias para desenvolver a Campanha da Fraternidade 2023 em suas realidades concretas, através de uma reflexão fundamentada na realidade e na Palavra de Deus, em vista da ação eclesial sociotransfomadora.

“O Seminário Nacional da CF é importante porque lança para as bases da Igreja no Brasil a temática, a reflexão e o material preparado para a Campanha da Fraternidade do ano seguinte, a fim de que o trabalho já comece a ser realizado nos regionais, nas dioceses, paróquias e comunidades, como preparação remota para a CF, que se intensificará na quaresma de 2023”, disse padre Jean.

A fome no Brasil

O Brasil voltou ao Mapa da Fome, ou seja, mais de 60 milhões de brasileiros e brasileiras vivem sem ter o que comer não ou tem certeza se conseguirá comida ou precisa reduzir a qualidade e/ou quantidade dos alimentos. Esse diagnóstico está no relatório da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) divulgado em julho deste ano.

O levantamento mostra que quase 30% da população brasileira vive insegurança alimentar moderada ou grave no país. Os dados são do período de 2019 a 2021. O novo relatório mostra um forte agravamento da situação no Brasil. Entre 2014 e 2016, esse contingente era de 37,5 milhões de pessoas com insegurança alimentar, dentre elas 3,9 milhões em condição grave – número quase quatro vezes menor do que hoje.

A Igreja e o tema da fome

Cartaz CF 1985

O tema da fome foi abordado na Campanha de 1985. Dois grandes eventos marcaram a Igreja no Brasil em 1985: a realização do 11º congresso Eucarístico Nacional realizado em Aparecida (SP) e a Campanha da Fraternidade. Ambas as iniciativas receberam o mesmo lema “pão para quem tem fome”. Um dos grandes temas refletidos foi o cenário da fome apresentado como “um problema crucial”.

Na encíclica Fratelli Tutti, o Papa Francisco fala do escândalo da fome e chama o atual sistema de assassino: “As crises sociais, políticas e econômicas fazem morrer à fome milhões de crianças, já reduzidas a esqueletos humanos por causa da pobreza e da fome; reina um inaceitável silêncio internacional” (nº 29).

O Santo Padre adverte ainda que “a política mundial não pode deixar de colocar entre seus objetivos principais e irrenunciáveis o eliminar efetivamente a fome. Com efeito, quando a especulação financeira condiciona o preço dos alimentos, tratando-os como uma mercadora qualquer, milhões de pessoas sofrem e morrem de fome… a fome é criminosa e a alimentação é um direito inalienável”(nº 189).

Saiba mais:

Mais informações sobre a CF 2023 acesse o site de Campanhas da CNBB 
Letra do Hino da CF 2023
Aberto o concurso para escolha da música do hino da Campanha da Fraternidade 2023

 


Divulgada a mensagem do Papa Francisco para a XXXVII Jornada Mundial da Juventude, em 2022 e 2023

“Maria levantou-se e partiu apressadamente” (Lc 1, 39): esse é o tema da Mensagem do Papa Francisco aos jovens por ocasião da XXXVII Jornada Mundial da Juventude, que será celebrada nas Igrejas particulares no dia 20 de novembro deste ano e, a nível internacional, em Lisboa, de 1 a 6 de agosto de 2023. O texto conclui o ciclo de três mensagens que acompanham os jovens no percurso entre a JMJ Panamá 2019 e a JMJ Lisboa 2023, todas centradas no verbo levantar-se.

Na mensagem deste ano, o pontífice convida os jovens a meditarem juntos sobre a cena bíblica em que, depois da Anunciação, a jovem Virgem Maria se levanta e sai ao encontro de sua prima Isabel, levando consigo Cristo. “A Mãe do Senhor é modelo dos jovens em movimento, jovens que não ficam imóveis diante do espelho em contemplação da própria imagem, nem «alheados» nas redes. Ela está completamente projetada para o exterior”, escreve o Papa, enfatizando que esta disponibilidade para ir ao encontro dos outros é gerada pela experiência do Senhor na sua própria vida.

Partindo da reflexão sobre a pressa que caracteriza a Virgem de Nazaré, o Santo Padre encoraja os jovens a perguntarem-se que atitudes e motivações experimentam face aos desafios da vida quotidiana. Convida-os a discernir entre uma “boa pressa [que] impele-nos sempre para alto e para o outro” e uma que “não é boa (…) que nos leva a viver superficialmente, tomar tudo levianamente sem empenho nem atenção, sem nos envolvermos verdadeiramente no que fazemos”.

As palavras do Papa Francisco encorajam os jovens a recomeçar a fazer novos encontros, para partilhar a alegria da proximidade de Cristo, para superar as distâncias entre pessoas e gerações, e para responder com criatividade aos desafios do mundo de hoje, atingido pela pandemia e pelas guerras.

“Os jovens são sempre a esperança duma nova unidade para a humanidade fragmentada e dividida. Mas somente se tiverem memória, apenas se escutarem os dramas e os sonhos dos idosos”, enfatiza o Papa Francisco, pedindo aos jovens que se inspirem tanto no exemplo de Maria como na experiência dos idosos ao seu redor.

A Mensagem é também um convite a todos os jovens a participarem da XXXVII Jornada Mundial da Juventude, que – como escreve Francisco – será um momento para redescobrir juntos “a alegria do abraço fraterno entre os povos e entre as gerações, o abraço da reconciliação e da paz, o abraço duma nova fraternidade missionária!”.

Depois de ter sido adiada por um ano, devido à pandemia, esta JMJ será celebrada em dois momentos distintos: o primeiro será na Solenidade de Cristo Rei, a 20 de novembro deste ano, com celebrações nas Igrejas particulares de todo o mundo; o segundo, em âmbito internacional, ocorrerá em Lisboa de 1 a 6 de agosto de 2023. As duas celebrações mantêm o mesmo tema: “Maria levantou-se e partiu apressadamente” (Lc 1, 39).

 

Confira a mensagem na íntegra. 

 

MENSAGEM DO SANTO PADRE FRANCISCO
PARA A XXXVII JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE 2022-2023

(Domingo de Cristo Rei, 20 de novembro de 2022)

«Maria levantou-se e partiu apressadamente» (Lc 1, 39)Queridos jovens! 

O tema da JMJ do Panamá era este: «Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra» (Lc 1, 38). Depois daquele evento, retomamos o caminho para uma nova meta – Lisboa 2023 –, deixando ecoar nos nossos corações o premente convite de Deus a levantar-nos. Em 2020, meditamos nesta palavra de Jesus: «Jovem, Eu te digo, levanta-te!» (cf. Lc 7, 14). No ano passado, serviu-nos de inspiração a figura do apóstolo São Paulo, a quem o Senhor ressuscitado dissera: «Levanta-te! Eu te constituo testemunha do que viste» (cf. At 26, 16). No troço de estrada que ainda nos falta para chegar a Lisboa, caminharemos juntos com a Virgem de Nazaré, que, imediatamente depois da Anunciação, «levantou-se e partiu apressadamente” (Lc 1, 39) para ir ajudar a prima Isabel. Comum aos três temas é o verbo levantar-se, palavra (é bom lembrá-lo!) que significa também «ressuscitar», «despertar para a vida».

Nestes últimos tempos tão difíceis, em que a humanidade já provada pelo trauma da pandemia, é dilacerada pelo drama da guerra, Maria reabre para todos e em particular para vós, jovens como Ela, o caminho da proximidade e do encontro. Espero e creio fortemente que a experiência que muitos de vós ireis viver em Lisboa, no mês de agosto do próximo ano, representará um novo começo para vós jovens e, convosco, para toda a humanidade.

Maria levantou-se

Depois da Anunciação, Maria teria podido concentrar-se em si mesma, nas preocupações e temores derivados da sua nova condição; mas não! Entrega-se totalmente a Deus! Pensa, antes, em Isabel. Levanta-se e sai para a luz do sol, onde há vida e movimento. Apesar do inquietante anúncio do Anjo ter provocado um «terremoto» nos seus planos, a jovem não se deixa paralisar, porque dentro d’Ela está Jesus, poder de ressurreição. Dentro d’Ela, traz já o Cordeiro Imolado mas sempre vivo. Levanta-se e põe-se em movimento, porque tem a certeza de que os planos de Deus são o melhor projeto possível para a sua vida. Maria torna-se templo de Deus, imagem da Igreja em caminho, a Igreja que sai e se coloca ao serviço, a Igreja portadora da Boa Nova.
Experimentar na própria vida a presença de Cristo ressuscitado, encontrá-Lo «vivo», é a maior alegria espiritual, uma explosão de luz que não pode deixar ninguém «parado». Imediatamente põe em movimento impelindo a levar aos outros esta notícia, a testemunhar a alegria deste encontro. É aquilo que anima a pressa dos primeiros discípulos nos dias que se seguiram à ressurreição: «Afastando-se apressadamente do sepulcro, cheias de temor e grande alegria, as mulheres correram a dar a notícia aos discípulos» (Mt 28, 8).
As narrações da ressurreição usam muitas vezes dois verbos: acordar e levantar-se. Através deles, o Senhor impele-nos a sair para a luz, a deixar-se conduzir por Ele para superar o limiar de todas as nossas portas fechadas. «É uma imagem significativa para a Igreja. Também nós, como discípulos do Senhor e como Comunidade Cristã, somos chamados a erguer-nos apressadamente para entrar no dinamismo da ressurreição e deixar-nos conduzir pelo Senhor ao longo dos caminhos que Ele nos queira indicar» (Francisco, Homilia na Solenidade de São Pedro e São Paulo, 29/VI/2022).
A Mãe do Senhor é modelo dos jovens em movimento, jovens que não ficam imóveis diante do espelho em contemplação da própria imagem, nem «alheados» nas redes. Ela está completamente projetada para o exterior. É a mulher pascal, num estado permanente de êxodo, de saída de si mesma para o Outro, com letra grande, que é Deus e para os outros, os irmãos e as irmãs, sobretudo os necessitados, como estava então a prima Isabel.
…e partiu apressadamente
Santo Ambrósio de Milão escreve, no seu comentário ao Evangelho de Lucas, que Maria partiu apressadamente para a montanha, «porque estava feliz com a promessa e desejosa de prestar devotadamente um serviço, com o entusiasmo que lhe vinha da alegria interior. Agora, cheia de Deus, para onde poderia apressar-se se não em direção ao alto? A graça do Espírito Santo não admite morosidades». Por isso a pressa de Maria é ditada pela solicitude do serviço, do anúncio jubiloso, duma pronta resposta à graça do Espírito Santo.
Maria deixou-se interpelar pela necessidade da sua prima idosa. Não se escusou, não ficou indiferente. Pensou mais nos outros do que em si mesma. E isto conferiu dinamismo e entusiasmo à sua vida. Cada um de vós pode perguntar-se: Como reajo perante as necessidades que vejo ao meu redor? Busco imediatamente uma justificação para não me comprometer, ou interesso-me e torno-me disponível? É certo que não podeis resolver todos os problemas do mundo; mas talvez possais começar por aqueles de quem está mais próximo de vós, pelas questões do vosso território. Uma vez disseram a Madre Teresa que «quanto ela fazia não passava duma gota no oceano». E ela respondeu: «Mas, se não o fizesse, o oceano teria uma gota a menos».
Perante uma necessidade concreta e urgente, é preciso agir apressadamente. No mundo, quantas pessoas esperam uma visita de alguém que cuide delas! Quantos idosos, doentes, presos, refugiados precisam do nosso olhar compassivo, da nossa visita, de um irmão ou uma irmã que ultrapasse as barreiras da indiferença!
Quais são as «pressas» que vos movem, queridos jovens? O que é que vos faz sentir de tal maneira a premência de vos moverdes que não conseguis ficar parados? Há muitos que, impressionados por realidades como a pandemia, a guerra, a migração forçada, a pobreza, a violência, as calamidades climáticas, se interrogam: Porque é que me acontece isto? Porquê precisamente a mim? Porquê agora? Mas a pergunta central da nossa existência é esta: Para quem sou eu? (cf. Francisco, Exort. ap. pós-sinodal Christus vivit, 286).
A pressa da jovem mulher de Nazaré é a pressa típica daqueles que receberam dons extraordinários do Senhor e não podem deixar de partilhar, de fazer transbordar a graça imensa que experimentaram. É a pressa de quem sabe colocar as necessidades do outro acima das próprias. Maria é exemplo de jovem que não perde tempo a mendigar a atenção ou a aprovação dos outros – como acontece quando dependemos daquele «gosto» nas redes sociais –, mas move-se para procurar a conexão mais genuína, aquela que provem do encontro, da partilha, do amor e do serviço.
A partir da Anunciação, desde aquela primeira vez quando partiu para ir visitar a sua prima, Maria não cessa de atravessar espaços e tempos para visitar os filhos carecidos da sua ajuda carinhosa. Os nossos passos, se habitados por Deus, levam-nos diretamente ao coração de cada um dos nossos irmãos e irmãs. Quantos testemunhos nos chegam de pessoas «visitadas» por Maria, Mãe de Jesus e nossa Mãe. Em quantos lugares remotos da terra, ao longo dos séculos, Maria visitou o seu povo com aparições ou graças especiais. Praticamente não há lugar, na Terra, que não tenha sido visitado por Ela. Movida por uma solícita ternura, a Mãe de Deus caminha no meio do seu povo e cuida das suas angústias e vicissitudes. E onde quer que haja um santuário, uma igreja, uma capela a Ela dedicada, lá acorrem numerosos os seus filhos. Quantas expressões de piedade popular! As peregrinações, as festas, as súplicas, o acolhimento das imagens nas casas e muitas outras iniciativas são exemplos concretos da relação viva entre a Mãe do Senhor e o seu povo, que se visitam reciprocamente.
Uma pressa boa impele-nos sempre para o alto e para o outro
Uma pressa boa impele-nos sempre para alto e para o outro. Mas há também uma pressa não boa, como, por exemplo, a pressa que nos leva a viver superficialmente, tomar tudo levianamente sem empenho nem atenção, sem nos envolvermos verdadeiramente no que fazemos; a pressa de quando vivemos, estudamos, trabalhamos, convivemos com os outros sem colocarmos nisso a cabeça e menos ainda o coração. Pode acontecer nas relações interpessoais: na família, quando nunca ouvimos verdadeiramente os outros nem lhes dedicamos tempo; nas amizades, quando esperamos que um amigo nos faça divertir e dê resposta às nossas exigências, mas, se virmos que ele está em crise e precisa de nós, imediatamente o evitamos e procuramos outro; e mesmo nas relações afetivas, entre noivos, poucos têm a paciência de se conhecerem e compreenderem a fundo. E, a mesma atitude, podemos tê-la na escola, no trabalho e noutras áreas da vida quotidiana. Ora, todas estas coisas vividas com pressa dificilmente darão fruto; há o risco de permanecerem estéreis. Assim se lê no livro dos Provérbios: «Os projetos do homem diligente têm êxito, mas quem se precipita [a pressa má] cai certamente na ruína» (21, 5).
Quando Maria, finalmente, chega à casa de Zacarias e Isabel, sucede um encontro maravilhoso. Isabel experimentou em si mesma uma intervenção prodigiosa de Deus, que lhe deu um filho na velhice. Teria todas as razões para falar, primeiro, de si mesma; mas não o fez, toda propensa a acolher a jovem prima e o fruto do seu ventre. Logo que ouve a sua saudação, Isabel fica cheia do Espírito Santo. Acontecem estas surpresas e irrupções do Espírito quando vivemos uma verdadeira hospitalidade, quando colocamos no centro o hóspede, e não a nós próprios. Vemos isto mesmo também na história de Zaqueu, que lemos em Lucas: «Quando chegou àquele local [onde estava Zaqueu], Jesus levantou os olhos e disse-lhe: “Zaqueu, desce depressa, pois hoje tenho de ficar em tua casa”. Ele desceu imediatamente e acolheu Jesus cheio de alegria» (19, 5-6).
Já aconteceu a muitos de nós sentir que, inesperadamente, Jesus vem ao nosso encontro: n’Ele, pela primeira vez, experimentamos uma proximidade, um respeito, uma ausência de preconceitos e condenações, um olhar de misericórdia que nunca tínhamos encontrado nos outros. Mais, sentimos também que, a Jesus, não Lhe bastava olhar-nos de longe, mas queria estar connosco, queria partilhar a sua vida connosco. A alegria desta experiência suscitou em nós a pressa de O acolher, a urgência de estar com Ele e conhecê-Lo melhor. Isabel e Zacarias hospedaram Maria e Jesus. Aprendamos daqueles dois anciãos o significado da hospitalidade. Perguntai aos vossos pais e aos vossos avós, bem como aos membros mais idosos das vossas comunidades, que significa para eles serem hospitaleiros para com Deus e com os outros. Fazer-vos-á bem escutar a experiência de quem vos precedeu.
Queridos jovens, é tempo de voltar a partir apressadamente para encontros concretos, para um real acolhimento de quem é diferente de nós, como acontece entre a jovem Maria e a idosa Isabel. Só assim superaremos as distâncias entre gerações, entre classes sociais, entre etnias, entre grupos e categorias de todo o género, e superaremos também as guerras. Os jovens são sempre a esperança duma nova unidade para a humanidade fragmentada e dividida. Mas somente se tiverem memória, apenas se escutarem os dramas e os sonhos dos idosos. «Não é por acaso que a guerra tenha voltado à Europa no momento em que está a desaparecer a geração que a viveu no século passado» (Francisco, Mensagem para o II Dia Mundial dos Avós e do Idosos). Há necessidade da aliança entre jovens e idosos, para não esquecer as lições da história, para superar as polarizações e os extremismos deste tempo.
Ao escrever aos Efésios, São Paulo anunciou: «Em Cristo Jesus, vós, que outrora estáveis longe, agora estais perto, pelo Sangue de Cristo. Com efeito, Ele é a nossa paz, Ele que, dos dois povos, fez um só e destruiu o muro de separação, a inimizade, na sua carne» (2, 13-14). Jesus é a resposta de Deus face aos desafios da humanidade em todos os tempos. E esta resposta, Maria leva-a dentro de si quando vai ao encontro de Isabel. A maior prenda que Maria oferece à sua parente idosa é levar-lhe Jesus: certamente também a ajuda concreta foi muito preciosa; mas nada teria podido encher a casa de Zacarias com uma alegria tão grande e um significado assim pleno como o fez a presença de Jesus no ventre da Virgem, que se tornara o tabernáculo do Deus vivo. Naquela região montanhosa, Jesus, com a mera presença, sem dizer uma palavra, pronuncia o seu primeiro «discurso da montanha»: proclama em silêncio a bem-aventurança dos pequeninos e dos humildes que se entregam à misericórdia de Deus.
A minha mensagem para vós jovens, a grande mensagem de que é portadora a Igreja é Jesus! Sim, Ele mesmo, o seu amor infinito por cada um de nós, a sua salvação e a vida nova que nos deu. E Maria é o modelo de como acolher este imenso dom na nossa vida e comunicá-lo aos outros, fazendo-nos por nossa vez portadores de Cristo, portadores do seu amor compassivo, do seu serviço generoso, à humanidade sofredora.
Todos juntos em Lisboa!
Maria era uma jovem como muitos de vós. Era uma de nós. Assim escrevia acerca dela o bispo D. Tonino Bello: «Santa Maria, (…) bem sabemos que foste destinada a navegar no alto mar. Mas, se te constrangemos a navegar junto da costa, não é porque queremos reduzir-te aos níveis da nossa pequena navegação costeira. É porque, vendo-te tão perto das praias do nosso desânimo, possa apoderar-se de nós a consciência de sermos chamados, também nós, a aventurar-nos, como Tu, nos oceanos da liberdade» (Maria, mulher dos nossos dias, Cinisello/Balsamo 2012, 12-13).
Como recordei na primeira Mensagem desta trilogia, nos séculos XV e XVI, muitos jovens (incluindo tantos missionários) partiram de Portugal rumo a mundos desconhecidos, inclusive para partilhar a sua experiência de Jesus com outros povos e nações (cf. Francisco, Mensagem JMJ 2020). E a esta terra, no início do século XX, Maria quis fazer uma visita especial, quando de Fátima lançou a todas as gerações a mensagem forte e maravilhosa do amor de Deus que chama à conversão, à verdadeira liberdade. A cada um e cada uma de vós renovo o meu caloroso convite a participar na grande peregrinação intercontinental dos jovens que culminará na JMJ de Lisboa em agosto do próximo ano; e recordo-vos que, no próximo 20 de novembro, Solenidade de Cristo Rei, celebraremos a Jornada Mundial da Juventude nas Igrejas particulares espalhadas pelo mundo inteiro. A propósito, o recente documento do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida – Orientações pastorais para a celebração da JMJ nas Igrejas particulares– pode ser de grande ajuda para todas as pessoas que trabalham na pastoral juvenil.
Sonho, queridos jovens, que na JMJ possais experimentar novamente a alegria do encontro com Deus e com os irmãos e as irmãs. Depois dum prolongado período de distanciamento e separação, em Lisboa – com a ajuda de Deus – reencontraremos juntos a alegria do abraço fraterno entre os povos e entre as gerações, o abraço da reconciliação e da paz, o abraço duma nova fraternidade missionária! Que o Espírito Santo acenda nos vossos corações o desejo de vos levantardes e a alegria de caminhardes todos juntos, em estilo sinodal, abandonando falsas fronteiras. O tempo de nos levantarmos é agora. Levantemo-nos apressadamente! E, como Maria, levemos Jesus dentro de nós, para O comunicar a todos. Neste belíssimo momento da vossa vida, avançai, não adieis o que o Espírito pode realizar em vós! De coração abençoo os vossos sonhos e os vossos passos.
Roma, São João de Latrão, na Solenidade da Assunção da Virgem Santa Maria,15 de agosto de 2022.
Francisco
Foto de capa: Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida/reprodução

Curso de Atualização Teológica e Pastoral reúne cerca de 300 pessoas em Bastos


Leigos e leigas, diáconos permanentes, religiosos e religiosas da Diocese participaram no último domingo de encontro que refletiu as Diretrizes dos Sacramentos

 

No último domingo, dia 4 de setembro, em Bastos, a Igreja Matriz de São Francisco Xavier recebeu o Curso Anual de Atualização Teológica e Pastoral dos leigos, consagrados e diáconos permanentes da Diocese de Marília.

O encontro, que teve início com a Missa, reuniu representantes das 65 paróquias da Diocese que refletiram as diretrizes sacramentais, com ênfase nos sacramentos do Batismo, Eucaristia, Crisma e Matrimônio.

“Desejamos colher as dificuldades e sugestões para trilharmos um caminho conjunto na aplicação e vivência dos sacramentos”, explicou o coordenador diocesano de pastoral, Pe. Marcos Roberto Cesário da Silva, aos 300 participantes.

A assessoria do encontro foi feita pelos três seminaristas quartanistas Bruno Franco, Guilherme Ulian e Muriel Fellipe da Silva.

Após as ordenações, no segundo semestre do ano passado, este curso anual foi a primeira atualização dos 31 diáconos permanentes da Diocese. “Muito bem apresentado pelos seminaristas, ratificado pelo padre Marcos, e interagido pelos participantes. Tive novamente a sensação de uma Igreja viva, que se levanta mediante a graça de nosso Senhor Jesus Cristo e pela força do Espírito Santo”, comentou o diácono permanente Paulo Sérgio Ziviani Testa, da Paróquia Santo Antônio, de Adamantina.

 

Fotos: Elton Lopes I Marcela Yanase I Pascom Bastos


Café da manhã com os moradores de rua marca retomada do Grito dos Excluídos em Marília

"Com o tema, “Vida em primeiro lugar”, tendo a motivação das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), a iniciativa acontecerá amanhã, dia 7 de setembro, em ação na Praça Maria Izabel, ao lado da Catedral São Bento. Evento terá a atuação dos alunos de Psicologia e Enfermagem da Unimar".

Todos os anos, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) motiva a realização do 28º Grito dos Excluídos e Excluídas. Em 2022, com o tema “Vida em primeiro lugar” e o lema “Brasil: 200 anos de (In)dependência. Para quem?”, a iniciativa ocorre historicamente no dia 7 de setembro, escolhida como data fixa para uma ação em rede que leve os fiéis à reflexão crítica sobre o Dia da Independência.

A 28ª edição do Grito, como é nacionalmente conhecido, após anos sem sua realização, voltará a acontecer em Marília, na Praça Maria Izabel, ao lado da Catedral São Bento. Com um momento de oração, incentivo à vida por meio da valorização das pastorais sociais, reflexão do tema e encontro fraterno entre irmãos e irmãs, através de um ato ecumênico e inter-religioso, a ação contará com um café da manhã com os moradores de rua.

Organizado pelas Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), com o apoio da Pastoral com os Moradores de Rua e de diversos representantes de outras religiões e instituições cristãs da cidade, o Grito dos Excluídos e Excluídas terá início às 9h. “Iremos com amor e fé realizarmos o evento em nossa cidade, buscando dar atenção aos nossos irmãos e irmãs em situação de vulnerabilidade”, explicou o Frei Vinícius Alves de Oliveira, OFM, assessor das CEBs na Região Pastoral I da Diocese de Marília.

Por meio de uma parceria com a Universidade de Marília (Unimar), os cursos de Psicologia e Enfermagem ajudarão na iniciativa. Os alunos irão aferir a pressão arterial e farão uma entrevista socioeconômica com os irmãos e irmãs em situação de rua, o que ajudará as CEBs e a Pastoral com os Moradores de Rua na busca de melhoria desta dimensão que cresce em Marília, fazendo valer o tema do Grito de valorizar a vida das pessoas em primeiro lugar.

A CNBB lançou uma Carta de Apoio à realização do Grito dos Excluídos e das Excluídas. Leia na íntegra:

 

 


Em resposta ao Papa Francisco, bispos brasileiros instituem formação para ministério dos catequistas

“Será um reconhecimento da própria comunidade ao perceber o comprometimento e a alegria dos candidatos”, afirmou dom Waldemar Passini Dalbello em coletiva de imprensa, ao explicar que o itinerário formativo aprovado pelo episcopado será de cinco anos a cargo das escolas catequéticas diocesanas, institutos e faculdades católicas, de acordo com cada realidade.

Desde o último domingo, dia 28, até sexta-feira próxima, dia 2 de setembro, o episcopado de todo o país segue em Assembleia Geral (AG) na cidade de Aparecida. Em sua 59ª edição, o encontro anual da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) tratou do ministério instituído dos catequista na plenária de hoje, dia 31.

Em coletiva de imprensa, realizada no Centro de Eventos Padre Vitor Coelho de Almeida, dom Waldemar Passini Dalbello, bispo de Luziânia (GO) e membro da Comissão para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB, afirmou que o tema estudado e aprovado pelos bispos é muito importante à vida das comunidades, pois “os catequistas são muito importantes em nossas comunidades e têm papéis diferenciados nos países e regiões do mundo”.

Ele destacou que ao proporcionar um itinerário de formação aos catequistas brasileiros, a CNBB “responde à solicitação do Papa Francisco na Carta Apostólica Antiquum Ministerium”. No texto, o Sumo Pontífice pede às conferências episcopais do mundo todo que orientem um processo de formação aos candidatos que irão receber este ‘antigo ministério’ eclesial de catequistas.

Deste modo, ao explicar que no Brasil os catequistas atuam em conjunto com os ministros ordenados, dão uma “excelente contribuição no processo de iniciação à vida cristã”. Dom Waldemar disse aos jornalistas que a partir de um ensaio apresentado aos bispos, a AG aprovou um caminho formativo que ajudará as dioceses na compreensão da vocação de cada candidato ao ministério proposto.

“Pensamos em um período para o discernimento que proporcionará uma formação humana, comunitária, espiritual, doutrinária, teológica e pastoral-missionária. No conjunto, estabelecemos uma etapa de cinco anos”, evidenciou o bispo goiano ao salientar que o tempo pensado pelo episcopado oferecerá uma visão orgânica da pastoral para que os candidatos ao ministério possam abraçar com responsabilidade a missão que Deus quer confiar a eles.

Nas arquidioceses e dioceses brasileiras, a proposta é que a etapa dedicada à formação ficará por conta das escolas catequéticas diocesanas, institutos e faculdades católicas, de acordo com cada realidade, comentou dom Waldemar. “Os catequistas são os grandes cooperadores da edificação da vida humana e de nossas comunidades”, salientou quando disse aos jornalistas que a vocação para este ministério “será um reconhecimento da própria comunidade ao perceber o comprometimento e a alegria dos candidatos”, concluiu.

 

Por pe. Tiago Aparecido de Souza. Fotos: Victória Holzbach/CNBB Sul 3

 


Proposta dos Columbários, espaço para abrigar a memória dos fiéis defuntos, é apresentada na 59ª AG CNBB

A pergunta sobre a vida pós-morte sempre fez parte da existência humana bem como, também, as questões práticas referentes à cremação e ao sepultamento dos fiéis defuntos. De origem judaico-cristã, a Igreja sempre defendeu o sepultamento como destino dos seus fieis após a morte. Os cristãos primitivos procuravam sepultar seus mortos num mesmo lugar, espaço que recebeu nome de cemitério, cujo significado é dormitório.

Essa ideia se fortaleceu em detrimento da cremação, prática que foi proibida desde a Revolução Francesa no século XVIII, quando se intensificou a propaganda em favor da cremação dos corpos contra a crença na vida eterna.

Estudiosos revelam que a prática da cremação surgiu da necessidade de trazer de volta os soldados mortos para receberem sepultura em sua pátria, como ocorria entre os gregos; ou por convicções religiosas, como entre os escandinavos, que acreditavam assim libertar o espírito de seu invólucro carnal e evitar que o morto pudesse causar algum mal aos vivos.

Dom Leomar Brustolin. | Foto: Willian Bonfim – Ascom 59ª AG CNBB

Doutor em escatologia e bispo da diocese de Santa Maria (RS), dom Leomar Antônio Brustolin, explica que “a Igreja Católica sempre fez opção pela inumação, ou seja, o sepultamento do corpo para que os fiéis possam fazer a experiência de Jesus de permanecer três dias na sepultura”

Dom Brustolin explica que a Igreja, por sua vez, tem uma orientação bastante insistente de que as cinzas não sejam espalhadas em qualquer parte, mas sejam colocadas num lugar para memória e para oração, com o intuito de recuperação da história daquela pessoa que morreu.

Cremação como uma solução cabível

Em um contexto contemporâneo de inchaço dos centros urbanos onde se torna mais desafiador encontrar espaços para o sepultamento dos corpos humanos, a Igreja Católica entende que a cremação é uma solução cabível. A justificativa, segundo dom Leomar, é que “o fogo não pode destruir a relação com Cristo construída durante a vida”.

O bispo auxiliar de Porto Alegre (RS), dom Adilson Pedro Busin, ressalta que as cinzas dos entes queridos não devem ser jogadas em qualquer lugar, mesmo junto à natureza, prática que aponta para uma orientação panteísta.

A Igreja quer que os defuntos sejam sepultados, os ossos ou as cinzas sejam guardados, em primeiro lugar, como respeito ao ente querido e pela dimensão da fé que assegura a existência de uma Igreja que peregrina neste mundo, a Igreja dos santos, e daqueles que partiram desta vida para a ressurreição.

Neste sentido, a Igreja Católica propõe a construção, nas paróquias, dos Columbários, espaços religiosos, fundamentados na Instrução Ad Resurgendum cum Christo, referentes à sepultura dos defuntos e à conservação das cinzas em caso de cremação.

“A ideia de que as paróquias tenham seus columbários é para que continuemos tendo o nosso lugar onde encontrar os restos dos nossos entes queridos, como lugar onde vou viver minha saudade, um lugar de fé e oração”, enfatiza dom Adilson.

O sentido dos Columbários paroquiais

Proposta dos Columbários é apresentada na 59ª AG CNBB. | Foto: Luiz Lopes – Ascom 59ª AG CNBB

A empresa Coral, inovação em columbários, de Barcelona (Espanha), apresentou durante a 59ª Assembleia Geral da CNBB a proposta da implantação nas dioceses e paróquias de columbários.

“Adaptamo-nos à transformação do setor funerário, oferecendo soluções às necessidades das famílias católicas que, cada vez mais, optam pela incineração. As missas de exéquias são celebradas com a urna presente e a bênção das cinzas do defunto para a sua posterior introdução no columbário da paróquia”, explica o representante da empresa com stand na 59ª AG CNBB, Fernando Millas.

Columbário, vem de “columba”, substantivo feminino para designar a espécie de aves de rapina, as pombas, o que significa “pombal”. No contexto religioso, os columbários são espaços climatizados, com assentos confortáveis, em cujas paredes se encontram as urnas onde estão depositadas devidamente as cinzas do fiel defunto e que dão a oportunidade para que as pessoas possam prestar, no local, suas homenagens, rezar e fazer memória dos seus mortos. Sua estrutura é semelhante à de cemitérios verticais, comuns nos Estados Unidos, Europa, Japão e em alguns estados do Brasil, que ao invés dos ossários apostam na ideia do columbário para as cinzas do cadáver.

Irmã Rosa Maria