Caminhada reúne mais de 500 fiéis no centro comercial de Marília
Fruto da união das paróquias da cidade, a ação iniciou a Semana Nacional da Família.
Aproximadamente 600 pessoas se reuniram no centro comercial de Marília para a realização da Caminhada da Família na manhã de ontem, dia 13.
O evento, que contou com a presença do bispo diocesano de Marília, Dom Luiz Antonio Cipolini, dos padres e diáconos das 19 paróquias do município, de religiosos e religiosas, e centenas de famílias, iniciou a Semana Nacional da Família na cidade!
A ação conjunta das comunidades paroquiais mariliense envolveu crianças, jovens, adultos e idosos que, valorizando o núcleo familiar, manifestaram a fé em Jesus na véspera do dia dos pais: “somos a grande família que tem Deus como Pai. Em Cristo, somos irmãos!”, destacou o bispo diocesano que, na próxima quinta-feira, dia 18, celebra missa na Paróquia Santo Antonio com a motivação e a presença da Pastoral Familiar. A caminhada também recebeu o apoio das Equipes de Nossa Senhora (ENS’s) e com o serviço eclesial Encontro de Casais com Cristo (ECC).
Com o tema “Amor Familiar, vocação e caminho de santidade”, a Semana da Família mobilizará atividades nas 65 paróquias da Diocese nos próximos dias.
Fotos: Érica Montilha | Diocese de Marília
População da Somália em perigo mortal devido à seca, alerta o Papa
Andrea De Angelis - Cidade do Vaticano
Um "perigo mortal". Assim o Papa definiu a situação em que se encontram as populações da Somália e de algumas áreas de países vizinhos devido à crise humanitária agravada, nos últimos dias, por uma seca sem precedentes. De Francisco o convite, ao final do Angelus, para se responder eficazmente a esta emergência:
Gostaria de chamar a atenção para a grave crise humanitária que afeta a Somália e algumas áreas dos países vizinhos. As populações desta região, que já vivem em condições muito precárias, encontram-se agora em perigo mortal devido à seca. Faço votos que a solidariedade internacional possa responder eficazmente a esta emergência.
Em seguida, o Santo Padre sublinhou a importância de não desviar o olhar do drama que estas pessoas vivem:
Infelizmente, a guerra desvia a atenção e os recursos, mas estes são os objetivos que exigem o máximo empenho: o combate à fome, a saúde, a educação.
De fato, uma seca está atingindo a Somália, que aliada às temperaturas recordes deste período, agravam um problema que sempre existiu na região do Corno de África e noutras zonas do continente africano, mas que agora se apresenta com uma gravidade nunca antes registada.
O alarme foi dado pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) e pelo Conselho Norueguês para os Refugiados (NRC). Cerca de um milhão de pessoas deixaram suas casas desde o início do ano. Nos últimos 40 anos, nunca houve um fenômeno dessa magnitude, que também afeta a Etiópia e o Quênia.
A gravidade da situação somali foi confirmada, em entrevista à Rádio Vaticano - Vatican News, por Dom Giorgio Bertin, administrador apostólico de Mogadíscio e bispo de Djibuti. O prelado destacou que a situação política na Somália também contribui para dificultar as intervenções: um governo fraco e diferentes partes do país nas mãos de grupos armados, como Al-Shabaab.
Papa: a fé verdadeira é um fogo aceso para nos manter despertos e laboriosos
Jackson Erpen - Cidade do Vaticano
"O Evangelho não deixa as coisas como estão; quando passa e é ouvido e recebido, as coisas não permanecem como estão. O Evangelho provoca a mudança e convida à conversão."
A passagem de Lucas do Evangelho deste XX Domingo do Tempo Comum: "Eu vim para lançar fogo sobre a terra, e como gostaria que já estivesse aceso!", inspirou a reflexão do Papa no Angelus dominical. E logo no início de sua locução, dirigindo-se aos peregrinos reunidos na Praça São Pedro, perguntou "de que fogo" Jesus está falando e qual o significado dessas palavras para nós hoje.
Jesus - explicou Francisco - veio trazer o Evangelho ao mundo, a boa nova do amor de Deus. Neste sentido, o Evangelho "é como um fogo, porque se trata de uma mensagem que, quando irrompe na história, queima os velhos equilíbrios de viver, desafia a sair do individualismo, a vencer o egoísmo, a passar da escravidão do pecado e da morte para a nova vida do Ressuscitado."
Evangelho provoca a mudança e convida à conversão
Ou seja, o Evangelho não deixa as coisas como estão, "quando passa, é ouvido e recebido, as coisas não permanecem como estão. O Evangelho provoca a mudança e convida à conversão:
Não oferece uma falsa paz intimista, mas acende uma inquietude que nos coloca em caminho, nos impele a abrir-nos a Deus e aos irmãos. É precisamente como o fogo: enquanto nos aquece com o amor de Deus, quer queimar os nossos egoísmos, iluminar os lados obscuros da vida - todos os temos - , consumir os falsos ídolos que nos escravizam.
Fogo do Espírito Santo transforma e purifica
E como Jesus é inflamado por esse fogo do amor de Deus, se entrega em primeira pessoa, até a morte de cruz, para fazê-lo arder no mundo:
“Ele está cheio do Espírito Santo, que é comparado ao fogo, e com a sua luz e a sua força revela o rosto misericordioso de Deus e dá plenitude aos que são considerados perdidos, derruba as barreiras das marginalizações, cura as feridas do corpo e da alma, renova uma religiosidade reduzida a práticas externas. Por isso é fogo: transforma, purifica”
Mas, "o que significa para nós então essa palavra de Jesus, do fogo?", perguntou o Santo Padre:
Ela nos convida a reacender a chama da fé, para que ela não se torne uma realidade secundária, ou um meio de bem-estar individual, que nos faz fugir dos desafios da vida e do compromisso na Igreja e na sociedade.
Fé não é uma "canção de ninar", é fogo
Francisco então cita um teólogo, que dizia que "a fé em Deus não nos conforta como gostaríamos", ou seja, dando-nos uma "ilusão paralisante ou uma satisfação serena, mas nos permitir agir":
“A fé, em suma, não é uma "canção de ninar" que nos embala para nos fazer adormecer. A fé verdadeira é um fogo, um fogo aceso para nos manter despertos e laboriosos mesmo durante a noite!”
Baseado nisso, o Papa propõe alguns questionamentos:
Sou apaixonado pelo Evangelho? Leio o Evangelho com frequência? Levo-o comigo? A fé que professo e celebro me coloca em uma tranquilidade bem-aventurada ou acende em mim o fogo do testemunho? Podemos perguntar-nos isto também como Igreja: nas nossas comunidades arde o fogo do Espírito, a paixão pela oração e pela caridade, a alegria da fé, ou arrastamo-nos no cansaço e no hábito, com o rosto embotado e a lamentação nos lábios e as fofocas a cada dia?
Deixar-se inflamar pelo fogo do amor de Deus
E então, o convite para examinarmos em nossa vida, se "somos inflamados pelo fogo do amor de Deus e queremos "lançá-lo" no mundo, levá-lo a todos, para que cada um possa descobrir a ternura do Pai e experimentar a alegria de Jesus, que dilata o coração e torna a vida bela.
Ao concluir, o pedido a rezar à Virgem Santa nesta intenção: "Que ela, que acolheu o fogo do Espírito Santo, interceda por nós."
Curso de extensão interuniversidades projeto “água fonte de vida” pastoral da ecologia integral do Regional Sul 1 da CNBB
A Pastoral da Ecologia Integral do Regional Sul 1 promove o Projeto Formativo “Água Fonte de Vida”, dando início ao curso de extensão interuniversidades visando a formação de lideranças para o cuidado de nossas comunidades e a Casa Comum.
O curso faz parte de um processo formativo que pretende alcançar todo o regional, conforme possa se multiplicar pelos territórios, em etapas de ciclos de formação (sub-regional, diocesano, paroquial), entre os anos de 2022 a 2025.
O curso foi elaborado atendendo expectativas pastorais, por meio de um olhar que considere o tema água para a compreensão da ecologia integral, presente na encíclica Laudato Si’. Participam da elaboração do curso lideranças pastorais, voluntários e docentes universitários de várias instituições educacionais, que apoiam e formalizaram convênio com o Regional Sul 1 da CNBB para a realização deste trabalho, entre elas:
– Associação Nacional de Educação Católica do Brasil (ANEC)
– Centro Universitário Sagrado Coração (UNISAGRADO)
– Centro Universitário Salesiano de São Paulo (UNISAL)
– Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE)
– Faculdade João Paulo II (FAJOPA)
– Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC Campinas)
– Universidade Católica de Santos (UNISANTOS)
O curso de extensão acontecerá de forma online, será gratuito e composto por 15 encontros, considerando o evento de abertura (com participação presencial optativa), no dia 20 de agosto na sede do Regional Sul 1, na capital paulista. Na ocasião ocorrerá a palestra “Educação Ambiental e a Transição para Sociedades Sustentáveis” com a Profa. Dra. Isis Akemi Morimoto, Coordenadora da Comissão Interinstitucional de Educação Ambiental de São Paulo CIEA/SP, Mestre e Doutora com pesquisas na interface entre o Direito e a Educação Ambiental (USP). O evento será transmitido pelo canal do YouTube do Regional Sul 1.
O curso acontecerá aos sábados, em formato on-line e participativo, em regime quinzenal de encontros, das 14h às 17h, ao longo de um semestre. Neste período o cursista será acompanhado por tutoria a fim de que possa consolidar a construção do conhecimento a respeito do tema água, com foco na região onde vive e para a aquisição de competências para construir coletivamente processos formativos sobre o tema nas suas sub-regiões. A relação dos temas, datas e o link para a ficha de inscrição para o primeiro ciclo formativo (nível sub-região) encontram-se no seguinte formulário: https://bit.ly/3bK08Cq . O prazo para a inscrição encerra-se no dia 16 de agosto. Estarão disponíveis apenas 47 vagas. Para a validação das inscrições se levará em conta qual a diocese de origem do inscrito, a fim de se garantir a maior diversidade territorial possível e o processo de multiplicação previsto nas próximas etapas.
O cursista precisa ter formação mínima de segundo grau completo, acesso à conexão com internet para a participação nos encontros (celular ou computador) e familiaridade para com o preenchimento de documentos digitais. As vagas serão preenchidas por ordem de inscrição. A matrícula do curso será confirmada por e-mail.
Participe e divulgue esta iniciativa da Pastoral da Ecologia Integral do Regional Sul 1 da CNBB.
Síntese brasileira para o Sínodo 2023 aponta necessidade de investir na formação e renovação das lideranças comunitárias
A secretária executiva do regional Sul 3 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Sandra Zambon, esteve em Brasília (DF), de 8 a 12 de agosto, como membro da Equipe de Animação do Sínodo 2023 no Brasil, que se reuniu com a missão de consolidar a síntese das escutas das igrejas particulares do Brasil para o processo do Sínodo 2023.
“Foi uma grata surpresa o convite para participar desta equipe com tantas pessoas de vários lugares, com vários pensamentos e em diferentes missões. A experiência me permitiu olhar para o grande mosaico que é a Igreja no Brasil. Os relatos mostram muita vida, muitas pessoas que se envolveram. Quanto empenho, quanta vida e vontade de caminhar como discípulos missionários. É um aprendizado que levo para a vida”, disse sobre a experiência.
Ela ficou responsável por coletar, dos relatos, as respostas sobre a existência dos conselhos de pastoral e de administração nas paróquias bem das assembleias como espaços que promovem a participação na vida eclesial e comunitária. De acordo com ela, os relatos permitiram perceber que há, em muitos lugares, conselhos paroquiais já organizados e caminhando. Contudo, por outro lado os relatos também apontam muitos lugares onde ainda não acontece a participação na vida comunitária conforme seria necessário. “Isto tem a ver com o próprio individualismo de muitos leigos e/ou de pequenos grupos que centralizam o trabalho e que impedem processos mais participativos de todos os fieis”, apontou.
Segundo Sandra, os relatórios fazem um convite à maior participação ativa como pede o Vaticano II. “É um pouco isto que este item provoca à uma maior participação ativa e a descentralização por parte de determinados grupos ou de lideranças que estão à frente dos processos. Foram destacados aspectos muito bonitos desta participação em contrapartida foi apontada a necessidade de envolver mais por meio da escuta, do diálogo e da renovação das lideranças. Aparece forte nos relatos que são as mesmas lideranças à frente dos processos por muito tempo e isto nem sempre é saudável na vida comunitária”, avalia.
Formação e cultivo da espiritualidade
A síntese apontou também, de forma unânime, a necessidade de olhar, reforçar e aprofundar a questão da formação para a vivência da espiritualidade como forma de evitar o ativismo e o intelectualismo nas comunidades. A secretária executiva do Sul 3 disse que apareceu também como apelos a necessidade de promover o diálogo e a pastoral na linha da Igreja em Saída. “Nos relatos aparece muito a expressão ir ao encontro sobretudo das famílias e das pessoas. Aparece também a urgência da necessidade de promover o diálogo com as realidades contemporâneas”, disse
Um convite para abrir-se, colocar-se em movimento e à caminho. Uma Igreja em processo sinodal: escutar, refletir e dialogar”, disse. A promoção da ecologia integral, a preocupação com a dimensão social e também com o meio ambiente, como pede o Papa Francisco, são outras questões apontadas pelos relatos das Igrejas Particulares.
Sínodo 2023: “o exercício da escuta é o único remédio capaz de curar os males do nosso tempo”, afirma dom Dirceu
O atual bispo de Camaçari, na Bahia, dom Dirceu de Oliveira Medeiros, membro da Equipe de Animação do Sínodo 2023 no Brasil, somou-se durante a semana, de 8 a 12 de agosto, ao trabalho de realizar a síntese das 251 contribuições enviadas da fase de escuta realizada pelas Igrejas Particulares e grupos da Igreja no Brasil. A ele, especificamente, coube a tarefa de sistematizar o tema da participação.
Um dos aspectos que mais se destacou nos relatórios, segundo dom Dirceu, foi o apreço pelo modo com o qual o Papa Francisco exerce autoridade. “A maneira como ele conduz a Igreja com seu esforço de escutar as massas, em promover a sinodalidade é algo que foi muito destacado como um ponto muito positivo e que pode e deve ser uma referência para a Igreja inteira”, disse dom Dirceu.
Dom Dirceu apontou ainda que as comunidades veem como desafio e ao mesmo tempo como algo muito positivo o fortalecimento dos conselhos nos diversos níveis, sejam eles de natureza administrativa, de natureza pastoral. “O fomento dessas instâncias no exercício da colegialidade também proporciona esse caminhar juntos e essa sinodalidade que é o novo jeito da Igreja caminhar no terceiro milênio, como aponta o Papa Francisco”, afirmou.
O bispo também salientou que nas contribuições enviadas ouviu-se muito falar em clericalismo. Segundo dom Dirceu os relatórios apontam que não trata-se de um desvirtuamento próprio dos clérigos.
“O clericalismo é uma possibilidade, uma tentação na vida de leigos e leigas que as vezes se fecham em grupos, que as vezes querem o poder para si, autoridade ou então em algumas hipóteses eles legitimam o autoritarismo de alguns padres, bispos, ministros ordenados e aí entra a necessidade de uma verdadeira e sincera conversão”, explicou
Por fim, dom Dirceu afirmou que ter participado da equipe de elaboração da síntese foi uma honra. “Me senti muito honrado, privilegiado de ter participado desse momento que é um momento fecundo. Eu dizia para o grupo que nós estamos participando da história eclesial. É um momento fecundo que foi suscitado pelo espírito que está sendo conduzido pelo Papa, pelos bispos, pela Igreja inteira para que nós nos coloquemos na escuta”, disse.
“Eu tenho a intuição de que a sabedoria do Papa é essa: em meio a uma sociedade extremamente polarizada ou mesmo fragmentada, onde cada um quer fazer valer a sua verdade, o Papa nos aponta um único antídoto que é o de nos colocarmos na escuta uns dos outros. Por mais que seja difícil e desafiador esse exercício é o único remédio capaz de curar os males do nosso tempo”.
https://youtu.be/MGJNj78bfYA
Entrevistas sobre o processo de escuta
A Assessoria de Comunicação da CNBB produziu uma série de entrevistas com os membros da Equipe de Animação do Sínodo 2023 no Brasil que estão sendo publicadas no portal e no canal do yotube da entidade. O documento com a síntese final, de 10 páginas, será apresentado ao episcopado brasileiro na 59ª Assembleia Geral dos Bispos do Brasil, como parte do processo indicado pela Secretaria Geral do Sínodo 2023, antes de ser enviado à etapa continental.
Fonte: https://www.cnbb.org.br/sinodo-2023/
Síntese do Brasil para o Sínodo 2023 indica antídotos contra a cultura clerical na igreja, aponta irmã Teresinha Del’Acqua
A irmã Teresinha Mendonça Del’Acqua, da arquidiocese de Goiânia (GO), religiosa Franciscana Maria Imaculada, membro da Equipe de Animação do Sínodo 2023 no Brasil, somou-se durante a semana, de 8 a 12 de agosto, ao trabalho de realizar a síntese das 251 contribuições enviadas da fase de escuta realizada pelas Igrejas Particulares e grupos da Igreja no Brasil.
A religiosa considera uma bênção “imedível” ter participado da consolidação da síntese das escutas do Brasil. “É um penetrar na sacralidade destas comunidades e dioceses. Perceber o pulsar, ora vibrante ora um tanto marcado por dores sociais, econômicas e eclesiais. Temos estes dois movimentos, o de expansão e o de questionamento. Me sinto privilegiada por integrar esta equipe. O nosso desafio foi o de não deixar escapar as ‘pepitas’ preciosas. Estamos colhendo tudo que pode ser inspirador para a Igreja no Brasil e para a Igreja universal”, compartilhou.
Irmã Terezinha disse estar sendo gratificante demais perceber a alegria dos fieis por serem cristãos, missionários, e poderem atuar como agentes de pastoral na Igreja e no mundo. ” Identificamos a participação de cristãos leigos e leigas nos vários grupos, movimentos, comissões eclesiais e as que visam o bem comum, comissões de caráter social e que é baixa ainda a participação em comissões que visam as mudanças político-sociais e nas políticas públicas”, disse.
Pandemia, clericalismo e protagonismo dos leigos
Segundo a irmã Teresinha, os relatórios registraram muitos impactos da pandemia na vivência da fé. “Muitos expressaram sentirem-se desaquecidos na fé por não poderem participar presencialmente das celebrações eucarísticas, dos encontros comunitários e formativos”. Contudo, a religiosa disse que a síntese apontou que, apesar do desânimo e até uma certa acomodação, a Igreja não parou e a participação foi garantida com os meios de comunicação organizados pelas comunidades.
A religiosa disse que os relatórios pontuaram um certo desconhecimento de Jesus Cristo, dos documentos do magistério da Igreja e da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. “O desconhecimento dos documentos enfraquece o engajamento e o protagonismo dos cristãos e cristãs como leigos e missionários. Não é porque não querem mas porque não estão conscientes do seu protagonismo como leigos e leigas. Como respostas, sugestões e sinais de esperança, os relatórios apontam a necessidade de investir no aprofundamento da Doutrina Social da Igreja, de investir numa catequese de iniciação, mas também o reforço num processo catequético continuado”, aponta.
Outro elemento que apareceu, como bastante desmotivador da participação dos leigos, é a questão do clericalismo, apontou a religiosa. Do clericalismo dos cleros e também dos leigos, a religiosa disse que os relatórios apontaram que decorre a centralização de fala e das decisões. “Como antidoto contra o clericalismo, as escutas indicaram muitas sugestões. Por exemplo, promover a rotatividade das lideranças, decisões partilhadas em equipe e valorizar mais a participação das mulheres. Apontou-se também a necessidade de um diálogo mais acolhedor com a juventude”, indicou.
Íntegra da entrevista
A Assessoria de Comunicação da CNBB produziu uma série de entrevistas com os membros da Equipe de Animação do Sínodo 2023 no Brasil que estão sendo publicadas no portal e no canal do yotube da entidade. Abaixo, segue a íntegra da entrevista com a irmã Teresinha Mendonça Del’Acqua. O documento com a síntese final, de 10 páginas, será apresentado ao episcopado brasileiro na 59ª Assembleia Geral dos Bispos do Brasil, como parte do processo indicado pela Secretaria Geral do Sínodo 2023, antes de ser enviado à etapa continental.
Conselho Missionário Nacional realizou sua 37ª Assembleia, de 11 a 14 de agosto, em Brasília na sede das POM
A Igreja do Brasil se encontrou entre os dias 11 e 14 de agosto, na sede das Pontifícias Obras Missionárias em Brasília, para aprofundar a sua essência missionária durante a 37ª Assembleia do Conselho Missionário Nacional (COMINA). A assembleia reúne bispos, padres, religiosas, leigos e leigas que compõem os Conselhos Missionários Regionais (COMIRE), membros das comissões Episcopal Pastoral para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial e Episcopal Especial para a Amazônia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), diretor e secretários das Pontifícias Obras Missionárias (POM), representantes das instituições e organismos missionários membros do COMINA.
Neste ano, o encontro propõe aprofundar os conceitos missionários, buscando uma melhor efetividade da animação missionária nas dioceses. Haverá espaço para que os participantes discutam a atualização do Regulamento do COMINA, bem como a avaliação do Programa Missionário Nacional (PMN), oportunizando que os representantes dos grupos de trabalho apresentem os passos concretos realizados. Também estarão em pauta os Congressos Missionários Americano, Nacional e Regionais, o incentivo da formação missionária do Centro Cultural Missionário e a animação das Campanhas Missionárias, que neste ano celebram 50 anos de história.
O coordenador do Conselho Missionário Regional (COMIRE) do Regional Sul 4, padre Edivandro Frare, da diocese de Chapecó (SC), destaca a importância dos encontros presenciais com lideranças missionárias de todo o Brasil. “Esse encontro do Conselho Missionário Nacional nos ajuda a aprofundar aqueles aspectos que são essenciais para a animação missionária. Percebemos que não estamos sozinhos no caminho da missão, são muitas as mãos e corações que colaboram com a caminhada missionária da Igreja”, disse.
Ele disse que encontros como este ajudam também a criar uma unidade naquilo em torno que vai sendo aprofundando, na dimensão da linguagem e também nos encaminhamentos feitos. “A troca de experiências nos torna fortalecidos para sermos animadores da missão em nossos regionais. Esses encontros presenciais, além de fortalecerem na amizade e na convivência, nos ajudam a aprofundar bons encaminhamentos para a vivência da missão”, destacou.
A missão no pós-vacina
Renan Rosário colabora com o COMIRE do Regional Norte 2, dos Estados do Pará e Amapá, e reforça a contribuição dos regionais neste espaço nacional. “Penso que a Assembleia do COMINA, enquanto oportunidade de reunir as forças que já atuam em cada regional, tem em sua importância a oportunidade de estreitar o diálogo. Neste contexto de pós-vacina, a missão encontrou mecanismos e formas de continuar atuando”, disse.
O encontro presencial, de acordo com Renan, ajuda a perceber como os organismos ligados à missão estão se reestruturando após os impactos da pandemia. “Tão importante quanto falar da incidência que o encontro realiza nos regionais é também perceber aquilo que os regionais estão trazendo de novo. A presença da Igreja se reestruturou e isso trouxe novos olhares. Isso ajuda a olharmos de uma forma mais sensível para a presença dos leigos e da juventude nestes espaços, contribuindo para a sinodalidade das ações, conforme o Papa Francisco tem nos auxiliado a refletir”, falou o secretário do COMIRE.
Representando o Regional Sul 3, a jornalista Victória Holzbach, destacou que o encontro celebra o Ano Jubilar Missionário. “Esta Assembleia do COMINA tem um tom ainda mais especial em 2022. Além do reencontro, depois deste tempo de tantas reuniões online, vivemos a celebração do Ano Jubilar Missionário. Celebramos a nossa história, a nossa missão, os nossos projetos ad gentes e reconhecemos uma Igreja em abertura missionária”, disse.
Por outro lado, ela aponta que o encontro também vai oportunizar a revisão dos passos e seguir, dos desafio de implantação e vivência do Programa Missionário Nacional em toda a Igreja no Brasil, em cada comunidade, paróquia, diocese. “O certo é que quando caminhos juntos, vamos mais fortes e esta assembleia reforça não só a missão individual de cada um e cada uma de missionário(a) e animador da missão mas também o nosso compromisso coletivo enquanto Conselho Missionário Nacional”, lembrou a coordenadora do COMIRE.
Com informações das Pontifícias Obras Missionárias
Papa: a existência na terra é o tempo da iniciação à vida, que só encontra realização em Deus
Vatican News
"A velhice é nobre, não precisa usar maquiagem para mostrar sua nobreza". Depois da pausa no mês de julho e da reflexão na última semana dedicada à sua Viagem Apostólica ao Canadá, o Papa Francisco retomou na Audiência Geral desta quarta-feira suas catequeses - as últimas - sobre a velhice, "tempo projetado para a realização".
Em uma Sala Paulo VI repleta de fiéis, Francisco começou explicando que o Evangelho de São João faz-nos entrar na comovente intimidade do momento em que Jesus se despede dos seus, com palavras de consolação e com uma promessa. O tempo de vida que resta aos discípulos será marcado por fragilidades e desafios, mas também pelas bênçãos oriundas da fé na promessa do Senhor.
Com a chegada da velhice, uma vez que as obras da fé não dependem mais da energia e do ímpeto característicos da juventude e da idade adulta, chega também o tempo propício para o testemunho desta espera no cumprimento da promessa, que constitui o nosso verdadeiro destino: um lugar à mesa com Deus, nos céus.
"Seria interessante - disse o Papa - ver se existe alguma referência específica nas Igrejas locais, destinada a revitalizar este ministério especial da espera no Senhor, encorajando os carismas individuais e as qualidades comunitárias da pessoa idosa", e faz uma observação:
“Uma velhice que é consumida no desânimo das oportunidades perdidas causa desânimo a si próprio e a todos. Ao contrário, a velhice vivida com mansidão, vivida com respeito pela vida real dissolve definitivamente a incompreensão de um poder que deve ser suficiente para si e para o próprio sucesso. Dissolve até a incompreensão de uma Igreja que se adapta à condição do mundo, pensando assim que governa definitivamente a sua perfeição e realização.”
Quando nos libertamos desta presunção - disse o Santo Padre - o tempo do envelhecimento que Deus nos concede já é em si mesmo uma daquelas obras “maiores” de que Jesus fala:
Recordemos que “o tempo é superior ao espaço”. É a lei da iniciação. A nossa vida não se destina a fechar-se em si mesma, numa perfeição terrestre imaginária: está destinada a ir além, através da passagem da morte, porque a morte é uma passagem. Na verdade, o nosso lugar estável, o nosso ponto de chegada não é aqui, é ao lado do Senhor, onde Ele habita para sempre.
Em suma, na terra “somos aprendizes da vida”, aqui começa o processo do nosso "noviciado", diz o Pontífice, “que, em meio a mil dificuldades, aprendendo a apreciar o dom de Deus, honrando a responsabilidade de o partilhar e de o fazer frutificar para todos”. E “o tempo da vida na terra é a graça desta passagem”.
A presunção de parar o tempo - disse o Papa - “querer juventude eterna, a riqueza ilimitada, poder absoluto”, não só é impossível, mas também delirante.
“[ A nossa existência na terra é o tempo da iniciação à vida: é vida, mas que te leva em frente a uma vida plena, a iniciação daquela vida mais plena, que só encontra realização em Deus. Somos imperfeitos desde o início e continuamos imperfeitos até ao fim. No cumprimento da promessa de Deus, a relação inverte-se: o espaço de Deus, que Jesus nos prepara com todos os cuidados, é superior ao tempo da nossa vida mortal. Eis: a velhice aproxima a esperança desta realização. A velhice conhece definitivamente o significado do tempo e as limitações do lugar em que vivemos a nossa iniciação. A velhice é sábia por isso, os idosos são sábios por isso. Por isso é credível quando nos convida a regozijar-nos com o passar do tempo: não é uma ameaça, é uma promessa. A velhice é nobre, não precisa se maquiar para mostrar a própria nobreza. Talvez a maquiagem venha quando falta a nobreza.]”
Na velhice há "a profundidade do olhar da fé". "O mundo de Deus é um espaço infinito, sobre o qual a passagem do tempo já não tem qualquer peso (...). Na nossa pregação, o Paraíso é muitas vezes, com razão, cheio de felicidade, luz e amor. Talvez lhe falte um pouco de vida. Nas parábolas, Jesus falava do Reino de Deus, dando-lhe mais vida. Será que já não somos capazes de o fazer?", pergunta Francisco.
Ao concluir, o Papa oferece uma síntese de sua catequese sobre a terceira idade, vista na perspectiva da passagem para a vida eterna:
A velhice é a fase da vida mais adequada para difundir a boa notícia de que a vida é uma iniciação para uma realização definitiva. Os velhos são uma promessa, um testemunho de promessa. E o melhor ainda está por vir. O melhor ainda está por vir. É como a mensagem do velho e da velha que acreditam, o melhor ainda está por vir. Deus nos conceda a todos uma velhice capaz disso. Obrigado!
Equipe de animação do sínodo 2023 no Brasil se encontra com o desafio de fazer a síntese das escutas diocesanas
A Equipe de Animação do Sínodo 2023 no Brasil se encontra na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) com a tarefa de realizar, entre os dias 8 a 12 de agosto, a síntese das contribuições enviadas da fase de escuta realizada pelas Igrejas Particulares. Até esta segunda-feira, 8 de agosto, chegaram cerca de 200 contribuições das Igrejas Particulares, o que representa 70% das dioceses brasileiras. A equipe tem o trabalho, a partir das orientações da Secretaria Geral do Sínodo dos Bispos, de reunir em um único e breve arquivo as contribuições elaboradas por cada Igreja Particular em um documento de apenas 10 páginas.
O bispo auxiliar do Rio de Janeiro e secretário-geral da CNBB, dom Joel Portella Amado, membro da Equipe de Animação do Sínodo 2023 no país, definiu esse momento de síntese como a “escuta das escutas”, um trabalho, segundo ele, muito exigente.
O maior desafio, de acordo com o secretário-geral, é assegurar a fidelidade a tudo que, por meio das falas locais, o Espírito Santo falou à Igreja no Brasil. “Por isso, elaborar esta síntese exige uma atitude reverente, cheia de fé e compromisso”, descreve.
O secretário-executivo do regional Sul 2 da CNBB, padre Valdecir Badzinski, contou que a equipe está admirada com a diversidade de aspectos eclesiais contidos nas sínteses vindas das dioceses. Segundo ele, o material é um relevante raio X das múltiplas realidades do Brasil, onde as experiências se multiplicam a partir de cada realidade eclesial. “Estas sínteses servirão de base propulsora e inspiradora para novos projetos relacionados à Igreja no Brasil, aprimorando a bela e profícua caminhada eclesial já realizada”, afirmou.
Segundo ele, os desafios que acompanham todo o processo sinodal também aparecem nas contribuições enviadas pelas dioceses, como: a questão geográfica, a multiplicidade cultural, a experiência eclesial, o fato do ouvir a todos, o tempo presente, os múltiplos meios de influência, a liberdade de expressão e o clericalismo. “Estes e outros desafios exigem da equipe de síntese aguçadas habilidades para não desconsiderar o que chegou e, ao mesmo tempo, conciliar uns com os outros em vista de uma igreja melhor”, destaca.
Metodologia de trabalho da síntese
De acordo com assessora da Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB, Mariana Venâncio, a Equipe de Animação do Sínodo 2023 fez um trabalho prévio de preparação para a realização da síntese. Desde o fim de julho, cada um dos 14 integrantes da equipe, ficou responsável por analisar um dos horizontes indicados pelo Documento Preparatório para a escuta diocesana.
“À medida em que as sínteses diocesanas eram enviadas, iam sendo também compartilhadas com toda a equipe para a leitura. Hoje, no nosso primeiro dia presencial de trabalho, alinhamos detalhes como os horários da semana, a metodologia da redação da síntese e a linguagem que vamos adotar, por exemplo. No início desta semana, estamos concluindo essas leituras e preparando uma apresentação geral, que será feita por cada integrante do grupo, a toda equipe”, informou.
Ela explica que essa visão geral tem por objetivo fazer com que todos tenham ciência sobre as contribuições apresentadas, não só sobre o horizonte pelo qual ficou responsável. Assim todo o grupo poderá contribuir sobre os temas e as contribuições que precisam figurar na síntese final. “A partir do meio da semana, pretendemos que cada um já possa ir redigindo a síntese da parte que assumiu para que, até a sexta, possamos fechar o texto todo, fazendo as revisões, correções e adequações necessárias.
Segundo a assessora da Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB um dos maiores desafios é elaborar uma síntese que ofereça o panorama da escuta em um Brasil tão diversificado, incluindo a maior parte das contribuições e não apenas privilegiando o discurso da maioria. Ela destaca que o primeiro contato com as contribuições demonstra que elas serão um importante instrumento de estudo e aprofundamento, tanto no campo da pesquisa, quanto no âmbito pastoral, em benefício da caminhada da Igreja no Brasil e, até mesmo, em âmbito universal.
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