Conversão pastoral e centralidade bíblica integram o segundo dia da Assembleia do Regional Sul 1
A partir da apresentação de Dom Odilo Scherer sobre os 15 anos da Conferência de Aparecida, os bispos, reunidos em Indaiatuba (SP), refletiram os desafios pastorais do tempo presente e a necessidade da organização de Comissões de Animação Bíblica nas dioceses paulistas.
O segundo dia da 84ª Assembleia dos Bispos do Regional Sul 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), realizada no Mosteiro de Itaici, em Indaiatuba (SP), foi marcado pela apresentação central do evento: os 15 anos da V Conferência Geral do Episcopado Latino-americano e do Caribe, conhecida também como Conferência de Aparecida.
A reflexão da primeira sessão foi conduzida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo. Durante sua fala, o prelado destacou as questões mais importantes no Documento de Aparecida, avaliou o que já caminhou na vida e missão da Igreja, a partir da Conferência de Aparecida, e discerniu com os presentes sobre o que ainda precisa ser retomado e colocado em prática.
A reflexão abordou também as novas questões que desafiam a vida e a missão eclesiais depois da Conferência e afirmou que, no texto de Aparecida, “é marcante o encontro pessoal com Jesus Cristo e seu Evangelho. A partir disso, também a renovação missionária”.
Assim, Dom Odilo Scherer ressaltou que, na Conferência, há um forte chamado à missão para que a Igreja consiga “reconhecer a necessidade da conversão, não apenas em sua dimensão moral, mas também nos métodos que não estão sendo adequados para o verdadeiro anúncio do Evangelho, assim como nos ensina o Papa Francisco”.
Para o Pe. João Victor Fransoia Bonzanini, coordenador diocesano de pastoral de Itapeva (SP), que participa pela primeira vez da Assembleia, a reflexão do Cardeal Scherer foi ao encontro da realidade eclesial, para que as dioceses possam renovar a vida pastoral e, com isso, todo o povo de Deus, “se abra ao encontro com o Senhor na missão da qual todos fazemos parte pelo Batismo”, disse o jovem padre.
CONVERSÃO PASTORAL
Os trabalhos de hoje também contaram com a assessoria do bispo diocesano de Barretos (SP), Dom Milton Kenan Júnior, referencial da Comissão de Animação Bíblica da Pastoral no Regional Sul 1 da CNBB.
Em sua fala, Dom Milton tratou a necessidade de uma organização mínima nas dioceses para fazer da animação bíblica um eixo transversal da pastoral. Ele também ressaltou que a formação, o anúncio do Evangelho e a oração compõem os três eixos propostos pela Conferência Episcopal como indicações para todas as atividades pastorais.
“O Documento de Aparecida nos diz que a conversão pastoral exige dar à Sagrada Escritura a sua centralidade, desencadeando processos de formação dos discípulos missionários à luz da Palavra de Deus”, explicou o bispo referencial ao afirmar que, na renovação da pastoral, “somente a Palavra de Deus torna-se o elemento que permite um discernimento lúcido, capaz de compreender a ação do Espírito Santo no nosso tempo que nos interpela pelos desafios dentro e fora da Igreja”.
Diante das afirmações de Dom Milton, o Pe. Thiago Reis, secretário da Sub-região pastoral Ribeirão Preto II (RP II), o cenário atual, refletido também pelo Cardeal Scherer, na primeira sessão, “é uma grande oportunidade para redescobrirmos a força da Palavra de Deus na ação evangelizadora”.
Segundo ele, “a organização das comissões bíblico-catequéticas nas dioceses serão uma grande oportunidade dos cristãos fazerem a experiência com a Palavra de Deus”.
A apresentação do relatório econômico e reuniões reservadas dos bispos e dos padres coordenadores diocesanos de pastoral também fizeram parte da programação de hoje na Assembleia.
Em assembleia, bispos dos Regional Sul 1 recordam os 15 anos da Conferência de Aparecida
Com “caráter de retomada presencial”, como motivou Dom Pedro Luiz Stringhini, o primeiro dia da 84ª edição da Assembleia dos Bispos também refletiu aspectos da conjuntura política brasileira.
O episcopado do Estado de São Paulo iniciou na tarde da terça-feira, 7, a 84ª edição da Assembleia do Regional Sul 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que continua até a quinta-feira, dia 9, no Mosteiro de Itaici, em Indaiatuba (SP), com a participação de arcebispos, bispos e padres coordenadores de pastoral das seis arquidioceses e 36 dioceses paulistas.
Na abertura, os 40 bispos, 53 sacerdotes responsáveis pela animação pastoral no estado de São Paulo e oito convidados de pastorais foram acolhidos pela Presidência do Regional. “Depois de dois anos on-line devido à pandemia, esta Assembleia tem caráter de retomada presencial entre nós, bispos, e também de celebração dos 15 anos do Documento de Aparecida que teve a coordenação do então Cardeal Bergoglio, hoje Papa Francisco”, destacou Dom Pedro Luiz Stringhini, Bispo de Mogi das Cruzes e Presidente do Regional, ao dar as boas-vindas aos participantes e ressaltar a importância pastoral e espiritual da V Conferência Geral do Episcopado Latino-americano e do Caribe, realizada em Aparecida (SP) no ano de 2007.
Trabalhos
A sessão do primeiro dia da 84ª Assembleia Regional dos Bispos contou com a análise de aspectos da conjuntura política brasileira, apresentada pelo Padre Paulo Renato Campos. As consequências econômicas e sanitárias da pandemia, questões do capitalismo globalizado, fome e diversos aspectos da democracia foram refletidos com o episcopado.
Na quarta-feira, 8, haverá a apresentação do tema central, “Aparecida – 15 anos depois”, com assessoria do Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo. Neste dia, também Dom Milton Kenan Júnior, Bispo diocesano de Barretos (SP), tratará sobre a Animação Bíblica da Pastoral. No último de trabalhos, na quinta-feira, Dom Carlos Lema Garcia, Bispo Auxiliar da Arquidiocese de São Paulo, falará sobre o Ensino Religioso. Também haverá a organização da Assembleia das Igrejas Particulares (AIP) e a celebração de encerramento. Outros detalhes do evento podem ser acessados em https://cnbbsul1.org.br.
Dom Leonardo Steiner e Dom Paulo Cezar Costa revelam surpresa com escolha do Papa Francisco para o cardinalato
O arcebispo de Manaus (AM), dom Leonardo Ulrich Steiner, e o arcebispo de Brasília (DF), dom Paulo Cezar Costa, foram surpreendidos ao acompanharem a oração da Regina Coeli conduzida pelo Papa Francisco, na manhã de ontem. O pontífice anunciou o nome dos dois brasileiros entre os 21 novos membros do Colégio de Cardeais da Igreja Católica.
Os dois partilharam como foi receber a notícia do novo serviço que irão exercer em seu ministério episcopal. Dom Leonardo disse que, primeiro, ficou incrédulo e acredita ser uma alegria para para todos da Amazônia. Do Paulo Cezar Costa avalia como uma “grande delicadeza do Papa Francisco” com a Igreja em Brasília e no Brasil.
Carinho pela Amazônia
Dom Leonardo afirmou que a nomeação para o cardinalato não diz respeito apenas a sua pessoa.
“Nós sabemos como o Papa Francisco tem um carinho especial pela Amazônia e pelas Igrejas que estão na Amazônia. Nós sabemos que no tempo da pandemia ele teve a delicadeza de ligar para nós. E agora, com essa nomeação, mostra mais uma vez o quanto ele está próximo das nossas Igrejas, está próximo da nossa região. É por isso que nós nos alegramos”.
Em entrevista coletiva à imprensa na capital amazonense, dom Leonardo falou da responsabilidade que se assume na Igreja; da necessidade de viagens a Roma e da indicação que deverá ser feita pelo Papa Francisco para participar de algum Dicastério na Cúria Romana. Mas, para ele, o mais importante “é a alegria de ter um cardeal na Amazônia, que a Amazônia não ficou esquecida”.
“Eu me alegro de poder participar agora mais intensamente da construção dessa Igreja que deseja ser uma Igreja cada vez mais missionária, cada vez mais presente e uma Igreja cada vez mais viva”, disse dom Leonardo.

Perguntado sobre a relação da escolha do Papa com o processo de animação e fortalecimento da atuação da Igreja na região amazônica, cujo ponto importante foi o Sínodo para a Amazônia, em 2019, dom Leonardo acredita que o fato de sua nomeação para o Colégio Cardinalício seja expressão do Sínodo e que o Papa “esteja pedindo das nossas Igrejas que realmente assumam o Sínodo, especialmente o texto Querida Amazônia e o documento final”.
Servir com alegria
Dom Paulo Cezar Costa falou para as redes sociais da arquidiocese de Brasília e com a imprensa durante visita à Paróquia Divino Espírito Santo Paráclito, na região do Park Way, no DF.
“Estava assistindo ao Regina Coeli do Papa pela TV, como gosto de fazer aos domingos pela manhã, quando o Papa falou sobre a convocação do consistório. Disse o nome de Dom Leonardo e, depois, chamou o meu. A emoção foi grande.”, afirmou o arcebispo.

Para dom Paulo, “é uma grande delicadeza dele com a Igreja de Brasília, uma grande delicadeza dele com a Igreja do Brasil”. Ele salientou que a responsabilidade aumenta, lembrando que os cardeais “são homens mais próximos do Papa e devem ajudá-lo no governo da Igreja”.
“E eu quero continuar a servir com alegria, olhando sempre pra Maria, que é a serva do Senhor, e sempre peço a ela que me ajude a servir, a continuar a servir à Igreja com alegria. Os cardeais vestem vermelho, vermelho significa sempre o Cristo que nos amou a ponto de dar por nós a própria vida. Que eu possa fazer sempre da minha vida um dom de serviço, um dom de amor, servindo à Igreja de Brasília, servindo à Igreja do Brasil e ajudando o Papa a servir, governando a Igreja do mundo”, disse.
Presidência da CNBB saúda dom Leonardo Steiner e dom Paulo Cezar Costa, anunciados pelo Papa como novos cardeais do Brasil
Papa aos universitários, reunir dois universos: do mundo e do homem
Jane Nogara - Vatican News
Nesta segunda-feira (09) o Papa Francisco recebeu os professores e estudantes da Universidade de Macerata, que se encontra no sul da Itália. No início de seu discurso disse aos presentes: “A universidade é - ou pelo menos deveria ser - o lugar onde a mente se abre para os horizontes do conhecimento, para os horizontes da vida, do mundo, da história. Naturalmente, isto parte de uma perspectiva precisa – continuou o Papa - do estudo profundo e metódico de uma área temática, mas sempre com uma mente aberta, sempre para um conhecimento integral do mundo e do homem.
Ouça: https://media.vaticannews.va/media/audio/s1/2022/05/09/12/136559065_F136559065.mp3
Encontros de universos
Recordando que cada estudante, “que cruza o limiar da universidade e a frequenta por alguns anos, cada um deles é, em si mesmo, um universo. Na universidade – disse ainda o Pontífice - se encontram dois universos: o do mundo, do conhecimento, e o do homem; não do homem genérico, que não existe, mas exatamente daquela pessoa, daquele jovem, com a sua história e a sua personalidade, os seus sonhos e as suas qualidades intelectuais, morais e espirituais...".
“Cada pessoa é um universo, que só Deus conhece plenamente, com um respeito incomparável”
Concluindo seu pensamento afirmou: “Este, eu diria, é o desafio da universidade: reunir estes dois horizontes, o do mundo e o pessoal, para que eles possam dialogar, e deste diálogo nasce o crescimento da humanidade”.
São João Newman
Depois Francisco recordou ainda de algumas reflexões de São João Newman sobre a universidade quando afirmava que no ambiente universitário, o jovem "forma um hábito mental que dura toda uma vida, cujos atributos são liberdade, justiça, calma, moderação e sabedoria". Ponderando em seguida que “este crescimento humano das pessoas só pode ter um impacto positivo na sociedade. Portanto, investir na formação, nas escolas e nas universidades é o melhor investimento para o futuro de um país. Sabemos disso, muitas vezes ouvimos repetir, mas as decisões nem sempre são tomadas de forma consistente”, concluiu o Papa.
Diálogo e encontro de culturas
Por fim Francisco falou de um outro aspecto: o do encontro entre diferentes culturas. “Estamos bem cientes de que isto não é automático. Não é suficiente reunir professores e alunos de diferentes origens. Precisamos desenvolver uma cultura de encontro. A universidade é certamente um lugar privilegiado para se fazer isso”. "Macerata - disse ainda o Papa - é o local de nascimento de um grande 'campeão' desta cultura, Padre Matteo Ricci. Ele é grande, não só pelas coisas que nos escreveu, ele é grande porque é um homem de encontros, um homem da cultura do encontro, um homem que foi além de ser estrangeiro, ele se tornou um cidadão do mundo porque é um 'cidadão das pessoas' porque esta é a cultura do encontro. E certamente a universidade é um lugar privilegiado para este encontro". Por fim disse: “Quanta necessidade existe hoje, em todos os níveis, de seguir resolutamente este caminho, o caminho do diálogo!”.
Fonte: https://www.vaticannews.va/pt/papa/news/2022-05/papa-universidade-macerata-estudantes-desafios.html
O Papa: o cristão é filho da escuta
Jane Nogara - Vatican News
No 4° Domingo de Páscoa (08/05) durante o Regina Caeli, Francisco falou sobre “o bom pastor”. Para recordar esta “terna e bela imagem” do pastor com suas ovelhas, o Papa usou três verbos, presentes no Evangelho de João, refletindo sobre eles: escutar, conhecer, seguir.
Escutar
“Antes de tudo, as ovelhas escutam a voz do pastor. A iniciativa vem sempre do Senhor; tudo parte da sua graça: é Ele quem nos chama à comunhão com Ele. Mas esta comunhão se realiza se nos abrirmos à escuta. Escutar significa disponibilidade, docilidade, tempo dedicado ao diálogo”. O Papa destacou que a escuta é fundamental para o Senhor, explicando:
“O Senhor é a Palavra do Pai e o cristão é filho da escuta, chamado a viver com a Palavra de Deus ao alcance da mão”
Recomendando que escutemos os outros, pois “quem escuta os outros também escuta o Senhor, e vice-versa”. "Hoje estamos sobrecarregados de palavras - disse ainda o Papa - e com a pressa de sempre ter que dizer e fazer alguma coisa, na verdade quantas vezes duas pessoas estão falando e uma não espera que a outra termine seu pensamento, ela corta a conversa pela metade, responde sem esperar .. Mas se você não o deixa falar, não há escuta. Este é um mal do nosso tempo. Hoje estamos sobrecarregados pelas palavras, pela pressa de sempre ter que dizer algo, temos medo do silêncio".
Conhecer
“Escutar Jesus torna-se assim o caminho para descobrir que Ele nos conhece. Aqui está o segundo verbo, que diz respeito ao bom pastor: Ele conhece suas ovelhas”, explica Francisco. Enfatizando:
“Conhecer no sentido bíblico significa amar. Significa que o Senhor, enquanto ‘nos lê por dentro’, nos ama”
“Ele quer nos dar um novo e maravilhoso conhecimento – continua o Papa - o de saber que somos sempre amados por Ele e, portanto, nunca deixados sós, a nós mesmos”. Neste ponto o Papa adverte que devemos nos perguntar: “eu me deixo ser conhecido pelo Senhor? Eu lhe abro espaço na minha vida, levo-lhe o que eu vivo?”
Seguir
Ao refletir sobre o terceiro verbo sobre o bom pastor Francisco disse: “As ovelhas que escutam e se descobrem conhecidas seguem o seu pastor. E quem segue a Cristo, o que faz? Vai para onde Ele for, na mesma estrada, na mesma direção”. Recordando ainda que seguir significa interessar-se pelos que estão longe, carregar no coração a situação dos que sofrem, sabe chorar com os que choram, estender a mão ao próximo, carregá-lo sobre os ombros.
O Papa concluiu invocando:
“Que a Virgem Santíssima nos ajude a escutar Cristo, a conhecê-lo cada vez mais e a segui-lo no caminho do serviço”
Fonte: https://www.vaticannews.va/pt/papa/news/2022-05/papa-francisco-regina-caeli-8-de-maio.html
CEBs realiza Caminhada pela Paz no dia do trabalhador
Na manhã do último domingo, dia primeiro de maio, Dia do Trabalhador, e também dedicado a São José Operário, na cidade de Marília, o movimento das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), juntamente as religiões de matriz africana, a Seicho-No-Ie e representantes de doutrinas evangélicas e espíritas, se reuniram na Avenida das Esmeraldas para a Caminhada da Paz.
O evento inter-religioso teve como objetivo a educação para a paz, conforme relatou o senhor Antonio Batista, representante da CEBs na região Pastoral I.
Para o Frei Vinícius Alves de Oliveira, OFM, da Paróquia Nossa Senhora de Fátima, do bairro Fragata, de Marília, o encontro foi motivo de júbilo, conforme relatou: “Hoje dia do trabalhador(a) tive a grande alegria pela manhã de participar da Caminhada Inter-religiosa pela paz, promovida pela CEBs da Diocese de Marília”.
CEBs
O movimento da CEBs é denominado como “um povo que caminha”.
Caminhamos à luz do Projeto de Jesus, chamado por Ele de Reino de Deus. Caminhamos à luz da eclesiologia de Igreja como Povo de Deus, consagrada na Lumen Gentium, documento do Concílio Vaticano II. Caminhamos à luz do sensus fidei, isto é, do sentido, da sabedoria de fé que está na vida do povo. Caminhamos junto com todos/as que acreditam que outro mundo é possível, fazendo da nossa fé uma razão fundamental para não nos desligarmos da vida, da luta pela justiça, da solidariedade, enfim, da busca por uma terra sem males.
Papa: todo cristão deve "esculpir" a própria vocação em prol da família humana
Em vista do Dia Mundial de Oração pelas Vocações, Francisco comparou a vocação ao trabalho de um escultor, ou melhor, do "Escultor divino" que, com as suas "mãos", nos faz sair de nós mesmos, para que se delineie em nós a obra-prima que somos chamados a ser.
Bianca Fraccalvieri – Vatican News
“Chamados para construir a família humana” é o título da mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial de Oração pelas Vocações, que a Igreja celebra no próximo domingo, 8 de maio.
Enquanto continuam a soprar os ventos gélidos da guerra e da opressão, a intenção do Pontífice é refletir sobre o amplo significado da “vocação”, no contexto de uma Igreja sinodal que se coloca à escuta de Deus e do mundo:
“Queremos contribuir para construir a família humana, curar as suas feridas e projetá-la para um futuro melhor.”
A vocação e o "Escultor divino"
Para Francisco, a sinodalidade, o caminhar juntos é uma vocação fundamental para a Igreja e é preciso acautelar-se da mentalidade que separa sacerdotes e leigos, considerando protagonistas os primeiros e executores os segundos. “Toda a Igreja é comunidade evangelizadora.”
A palavra “vocação: não se refere apenas àqueles que seguem o Senhor pelo caminho de uma consagração específica, pois todos somos chamados a participar na missão de Cristo de reunir a humanidade dispersa e reconciliá-la com Deus.
Francisco comparou a vocação ao trabalho de um escultor, ou melhor, do "Escultor divino" que, com as suas "mãos", nos faz sair de nós mesmos, para que se delineie em nós a obra-prima que somos chamados a ser. E citou uma frase atribuída a Michelangelo Buonarroti: “No interior de cada bloco de pedra, há uma estátua, cabendo ao escultor a tarefa de a descobrir”.
Assim Deus nos vê, explicou ele: naquela jovem de Nazaré, viu a Mãe de Deus; no pescador Simão, viu Pedro, a rocha sobre a qual podia construir a sua Igreja. Esta é a dinâmica de cada vocação: somos alcançados pelo olhar de Deus, que nos chama, e não é uma experiência extraordinária reservada a poucos.
Em cada um de nós, Deus vê potencialidades, às vezes ignoradas por nós mesmos, e atua a fim de as podermos colocar ao serviço do bem comum.
“A nossa vida muda quando acolhemos este olhar”, escreve o Papa. Tudo se torna um diálogo vocacional entre nós e o Senhor, que, se vivido em profundidade, nos faz tornar cada vez mais aquilo que somos e abraçar a vocação ao sacerdócio, à vida consagrada ou ao matrimônio.
O amor não é utopia, mas o projeto de Deus
Para além da vocação, há a con-vocação, isto é, a capacidade de caminhar unidos na harmonia das diversidades. Cada vocação na Igreja e, em sentido largo, também na sociedade, concorre para um objetivo comum: fazer ressoar entre os homens e as mulheres aquela harmonia dos múltiplos e variados dons que só o Espírito Santo sabe realizar.
Eis então a exortação do Pontífice:
“Sacerdotes, consagradas e consagrados, fiéis leigos, caminhemos e trabalhemos juntos, para testemunhar que uma grande família humana unida no amor não é uma utopia, mas o projeto para o qual Deus nos criou!”
Rezemos, concluiu o Papa, para que o Povo de Deus, no meio das dramáticas vicissitudes da história, corresponda cada vez mais a esta vocação.
Papa Francisco: que o trabalho seja digno
No Dia de São José Operário, festa do trabalhador, o Papa Francisco renovou seu apelo para que em todos os lugares e para todos "o trabalho seja digno".
As palavras do Pontífice foram pronunciadas ao final da oração do Regina Coeli deste primeiro de maio. E ao mundo do trabalho, exortou a fazer crescer uma "economia de paz". De modo especial, o Papa fez uma homenagem a todos os operários mortos na realização do seu ofício: "Uma tragédia muito comum, talvez demasiadamente comum".
Francisco citou ainda uma categoria especial de trabalhadores: os jornalistas. No dia 3 de maio, a Unesco promove o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa:
"Presto homenagem aos jornalistas que pagam pessoalmente para servir este direito", disse o Papa, citando dados alarmantes. No ano passado, 47 jornalistas foram mortos e mais de 350 encarcerados.
“Um agradecimento especial àqueles que, com coragem, nos informam sobre as chagas da humanidade.”
Morre Padre Luiz Carlos de Oliveira, C.Ss.R. aos 74 anos
Hospitalizado desde o último dia 21 de abril, o missionário redentorista faleceu na madrugada deste sábado (30), em São Paulo (SP)
Faleceu neste sábado (30), aos 74 anos de idade, o missionário redentorista Pe. Luiz Carlos de Oliveira, C.Ss.R.
Em nota divulgada pelo Superior Provincial, Pe. Marlos Aurélio, C.Ss.R., a Congregação do Santíssimo Redentor confia "à proteção do Senhor a vida preciosa do Pe. Luiz Carlos, que sempre fez da espiritualidade redentorista sua melhor companhia".
Prossegue a nota:
"Seu amor pela Congregação e pela sua família sempre foi característica marcante deste nosso confrade, que hoje celebra sua Páscoa na certeza da ressurreição.
Aos familiares e amigos do Padre Luiz Carlos de Oliveira, expressamos condolências e os nossos mais sinceros sentimentos e solidariedade. Que a Mãe do Perpétuo Socorro, sempre presente na vida do tão querido Pe. Luiz Carlos, nos abençoe e nos proteja sempre".
Biografia

Conterrâneo de Pe. Vítor Coelho de Almeida, nascido no município de Sacramento (MG), em 21 de agosto de 1947, Pe. Luiz Carlos desempenhou diversas atividades na Congregação: foi pároco, trabalhou na formação de seminaristas, foi mestre de noviços, autor de diversos livros, trabalhou no Santuário Nacional e foi secretário provincial. Também escreveu diversos artigos, homilias e reflexões dominicais para o A12, função na qual atuou até março de 2022.
Em entrevista ao A12, certa vez o Pe. Luiz Carlos contou a história de sua vocação:
"Todos os anos o pároco, Pe. Ivo Soares, vinha para a festa do padroeiro. Meu pai dizia que eu disse que queria ser padre. Ele mostrou-me para o padre dizendo isso. Minha avó dizia que eu disse a ela: 'Vó, um dia eu vou confessar a senhora'. Quando ela estava para morrer, eu já era estudante redentorista, eu lhe dei a comunhão, e ela então disse: 'Posso morrer, porque o Luiz já me confessou'".
Em 26 de fevereiro de 1959, Pe. Luiz Carlos iniciava sua caminhada no recém-inaugurado seminário redentorista em sua cidade natal. Contou o padre:
"A família decidiu colocar-me nesse seminário que estava ali perto, e não tão longe. Deram-me a vocação redentorista. Não gostei na hora, mas eu tinha 11 anos. Cursava o 3º ano primário".
Pe. Luiz fez sua profissão religiosa em 02/02/1968 e foi ordenado padre em 23 de agosto de 1975. Sobre o despertar de sua vocação, ele dizia que a consciência de uma vocação missionária se deu no correr da formação, quando se ficava conhecendo a vida redentorista: "Nunca pensei em sair, sempre gostei de tudo. Passei momentos difíceis, mas foi tudo muito sereno".
Missionário comprometido com o povo, o padre dizia gostar muito da vida comunitária e da espiritualidade da Congregação Redentorista:
"A vida religiosa não é um desafio, é um dom alegre e que preenche o coração".
Reveja também uma entrevista do Pe. Luiz Carlos de Oliveira ao programa Fortes na Fé, da TV Aparecida, onde ele conta mais uma vez a história de sua vocação: https://youtu.be/evxzvGiGtJY
Fonte: https://www.a12.com/redentoristas/noticias/morre-padre-luiz-carlos-de-oliveira-c-ss-r-aos-74-anos